Conscientes
estamos do descaso crônico aliado à inépcia dos nossos governantes na condução de
diversas áreas administrativas como Saúde, Educação, Segurança e tantas outras
de relevância para a sociedade. Incongruentemente são justamente as que mais
constam das promessas (levianas promessas) em época de campanha eleitoral. E dentre
elas é a falta de Segurança o tópico que mais aflige o cidadão posto que implica
em resguardo da própria vida e a de entes queridos com sérios reflexos na
estabilidade emocional de toda a sociedade.
Aqui
na Região Jaguaribana, com mais ênfase nos municípios de Russas, Limoeiro do
Norte, Quixeré, Tabuleiro do Norte e Palhano a bandidagem já não se contenta
com furtos e roubos que são crimes, porém de menor gravidade e consequências. Banalizaram
também o homicídio e o latrocínio - roubo seguido de lesões graves ou morte. Conseguem o seu intento e ainda agridem ou
eliminam desnecessária, violenta e perversamente as vítimas indefesas, sem
distinção e impiedosamente. Tornaram-se crimes “comuns” quando se mata um por
semana, quando não dois ou mais. De janeiro até maio de 2012 o número é
alarmante – só em Russas já são 12 este ano - e, guardadas as proporções,
estamos em níveis estatísticos mais agravados do que os da região metropolitana
de Fortaleza.
Crimes
que perpetrados contra cidadãos comuns, trabalhadores, de conduta ilibada e alguns
que parecem direcionados a pessoas com envolvimento com drogas ou outras práticas
criminosas. Quem são os autores ou mandantes é o grande enigma. Bandidos comuns?
Concorrência do tráfico? Grupo de extermínio? Em qualquer dos casos, isto
também é injustificável, inaceitável, uma barbárie. Ainda que as vítimas se
tratem de criminosos, esses que paguem pelos seus erros, desde que
criteriosamente julgados e se condenados, mas nunca eliminados sumariamente. Ainda,
por questões dogmáticas e filosóficas, não foi adotada oficialmente e do lado da
sociedade organizada, a Pena de Morte, em muitos casos covenientemente adequada!
O bandido, esse sim, escolhe a sua vítima, não a submete a julgamento,
sentencia e executa sumariamente, impiedosamente e continua livre caçoando da
sociedade e das autoridades que não os alcança. A agravante e que deixa cidadãos
indignados é que menos de 1% dos casos têm solução com a identificação,
detenção e adequada punição dos autores. Bandidos continuam agindo livremente,
afrontosamente e mobilizados destemidamente para tornar a agir quando se lhes
convém enquanto a sociedade continua impotente, sobressaltada, acuada, impedida
de exercer o seu constitucional e sagrado de ir e vir livremente.
Até
o campo perdeu seu romantismo, a sua tranquilidade quando pessoas amedrontadas
forçosamente se recolhem por temerem a violência que já lhes alcançou. E mais
grave é que paulatinamente vamos nos acomodando como se o pior fosse o normal e
até o ideal já que não se adotam verdadeiramente providências efetivas para
conter o mal. Uma brutal, insustentável e desastrosa inversão de valores. Nessa
ótica subserviente e que degrada o ser humano o mal é que deve prevalecer!
O
que então fazer é a grande incógnita. Há saídas? De quem é a culpa ou deve
partir a iniciativa de mobilização para conter o caos? Seria da autoridade que
negligencia ou da própria sociedade que se acovarda e não reage cobrando
providências? Temos medo até de falar, reivindicar, reclamar nossos direitos. Não
ousamos sequer olhar de frente para uma autoridade e dizer da nossa
insatisfação com a sua atuação. Por quê? O que nos impede de se manifestar, de
externar a nossa justa indignação? A nossa cidadania passou a ser ZERO! Só servimos
ao Estado para lhe pagar tributos. E não
nos venham com justificativas filosóficas de que os problemas da violência
decorrem de problemas sociais, estruturais ou quais indicações dissimuladas às
quais queiram atribuir para justificar o injustificável. É falta de AÇÃO mesmo!
Falta de decisão para agir com a competente, oportuna e equivalente firmeza ao
crime. É um arrancar de corpos moles das poltronas e cair em campo com firme
propósito de estancar essa sangria insuportável a qual a sociedade está, por excessiva
tolerância das autoridades, sujeitada. É à falta de um “Vamos reagir com
firmeza e ordem!” que o bem vencerá e viveremos! É de ações preventivas,
vigilância atenta, uma abordagem firme desde que civilizada, endurecimento na
determinação das penas e que as autoridades, em especial e por obrigação
constitucional, diligenciem no sentido de manter contingentes e aparatos
adequados e compatíveis ao número de habitantes jurisdicionados. Chega também
de transferir responsabilidades em especial por se dizer inferiorizado
hierarquicamente ou desguarnecido instrumentalmente. Falta é cobrança efetiva,
consistente e argumentação convincente para consecução das suas postulações
antes os superiores. Sem favorecimentos, mas com justiça trabalhista, devem
amparo e aparelhamento aos policiais que integram a Segurança e que se lhes
exija eficácia, metas e resultados nos seus afazeres. Sem um competente empenho
e acompanhamento de todas as ações o resultado será ínfimo, nulo, enganador e
sequer justificam os salários, cargos e patentes dos que estão legalmente
incumbidos de manter a ordem. Assistir a tudo e ficar de braços cruzados ou adotar
medidas paliativas que sabemos antecipadamente inócuas porque não permanentes, é
tão abominável quanto o ato criminoso que se quer coibir.
Compete
ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário, auxiliados pelas forças auxiliares
(Promotoria e Polícia), bem como todas as entidades civis de todo o Vale
Jaguaribano sentar repetidas vezes e debater com urgência e firmeza essa grave
situação, advindo daí soluções efetivas. Às autoridades constituídas não é
favor é DEVER constitucional indelegável! Movam-se, justifiquem as glórias e
honrarias das quais dizem se orgulhar e exerçam as faculdades das quais estão
investidos ou abandonem os seus postos por inépcia. Não dá mais para ficarmos
assistindo desculpas parte das quais sabemos não procedentes ou que apenas têm
o fito de justificar resultados negativos de ações diligenciadas enquanto a
bandidagem grassa e se sedimenta. Não são apenas audiências meramente formais,
burocráticas, politiqueiras, para tentar justificar o injustificável que trarão
soluções. É da decisão política e do debate sistemático, de ações proativas que
advirão resultados e fortalecerão os próprios poderes incumbidos dessa nobre
missão ou eles próprios não se justificam.
A
sociedade quer, cobra, exige AÇÕES! RESULTADOS! TRANQUILIADE! PAZ! Vidas estão
em jogo e que poderão ser também as suas vidas ou a dos seus entes queridos ou
amigos. Ponderem e AJAM!!!
Cópias as Prefeituras e Câmaras
das cidades mencionadas – Promotoria - 1º BPM – Delegacia Regional da Polícia
Civil e Imprensa regional.
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO
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