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quinta-feira, 31 de maio de 2012

VIOLÊNCIA NO VALE DO JAGUARIBE




Conscientes estamos do descaso crônico aliado à inépcia dos nossos governantes na condução de diversas áreas administrativas como Saúde, Educação, Segurança e tantas outras de relevância para a sociedade. Incongruentemente são justamente as que mais constam das promessas (levianas promessas) em época de campanha eleitoral. E dentre elas é a falta de Segurança o tópico que mais aflige o cidadão posto que implica em resguardo da própria vida e a de entes queridos com sérios reflexos na estabilidade emocional de toda a sociedade.
Aqui na Região Jaguaribana, com mais ênfase nos municípios de Russas, Limoeiro do Norte, Quixeré, Tabuleiro do Norte e Palhano a bandidagem já não se contenta com furtos e roubos que são crimes, porém de menor gravidade e consequências. Banalizaram também o homicídio e o latrocínio - roubo seguido de lesões graves ou morte.  Conseguem o seu intento e ainda agridem ou eliminam desnecessária, violenta e perversamente as vítimas indefesas, sem distinção e impiedosamente. Tornaram-se crimes “comuns” quando se mata um por semana, quando não dois ou mais. De janeiro até maio de 2012 o número é alarmante – só em Russas já são 12 este ano - e, guardadas as proporções, estamos em níveis estatísticos mais agravados do que os da região metropolitana de Fortaleza.
Crimes que perpetrados contra cidadãos comuns, trabalhadores, de conduta ilibada e alguns que parecem direcionados a pessoas com envolvimento com drogas ou outras práticas criminosas. Quem são os autores ou mandantes é o grande enigma. Bandidos comuns? Concorrência do tráfico? Grupo de extermínio? Em qualquer dos casos, isto também é injustificável, inaceitável, uma barbárie. Ainda que as vítimas se tratem de criminosos, esses que paguem pelos seus erros, desde que criteriosamente julgados e se condenados, mas nunca eliminados sumariamente. Ainda, por questões dogmáticas e filosóficas, não foi adotada oficialmente e do lado da sociedade organizada, a Pena de Morte, em muitos casos covenientemente adequada! O bandido, esse sim, escolhe a sua vítima, não a submete a julgamento, sentencia e executa sumariamente, impiedosamente e continua livre caçoando da sociedade e das autoridades que não os alcança. A agravante e que deixa cidadãos indignados é que menos de 1% dos casos têm solução com a identificação, detenção e adequada punição dos autores. Bandidos continuam agindo livremente, afrontosamente e mobilizados destemidamente para tornar a agir quando se lhes convém enquanto a sociedade continua impotente, sobressaltada, acuada, impedida de exercer o seu constitucional e sagrado de ir e vir livremente.
Até o campo perdeu seu romantismo, a sua tranquilidade quando pessoas amedrontadas forçosamente se recolhem por temerem a violência que já lhes alcançou. E mais grave é que paulatinamente vamos nos acomodando como se o pior fosse o normal e até o ideal já que não se adotam verdadeiramente providências efetivas para conter o mal. Uma brutal, insustentável e desastrosa inversão de valores. Nessa ótica subserviente e que degrada o ser humano o mal é que deve prevalecer!
O que então fazer é a grande incógnita. Há saídas? De quem é a culpa ou deve partir a iniciativa de mobilização para conter o caos? Seria da autoridade que negligencia ou da própria sociedade que se acovarda e não reage cobrando providências? Temos medo até de falar, reivindicar, reclamar nossos direitos. Não ousamos sequer olhar de frente para uma autoridade e dizer da nossa insatisfação com a sua atuação. Por quê? O que nos impede de se manifestar, de externar a nossa justa indignação? A nossa cidadania passou a ser ZERO! Só servimos ao Estado para lhe pagar tributos.  E não nos venham com justificativas filosóficas de que os problemas da violência decorrem de problemas sociais, estruturais ou quais indicações dissimuladas às quais queiram atribuir para justificar o injustificável. É falta de AÇÃO mesmo! Falta de decisão para agir com a competente, oportuna e equivalente firmeza ao crime. É um arrancar de corpos moles das poltronas e cair em campo com firme propósito de estancar essa sangria insuportável a qual a sociedade está, por excessiva tolerância das autoridades, sujeitada. É à falta de um “Vamos reagir com firmeza e ordem!” que o bem vencerá e viveremos! É de ações preventivas, vigilância atenta, uma abordagem firme desde que civilizada, endurecimento na determinação das penas e que as autoridades, em especial e por obrigação constitucional, diligenciem no sentido de manter contingentes e aparatos adequados e compatíveis ao número de habitantes jurisdicionados. Chega também de transferir responsabilidades em especial por se dizer inferiorizado hierarquicamente ou desguarnecido instrumentalmente. Falta é cobrança efetiva, consistente e argumentação convincente para consecução das suas postulações antes os superiores. Sem favorecimentos, mas com justiça trabalhista, devem amparo e aparelhamento aos policiais que integram a Segurança e que se lhes exija eficácia, metas e resultados nos seus afazeres. Sem um competente empenho e acompanhamento de todas as ações o resultado será ínfimo, nulo, enganador e sequer justificam os salários, cargos e patentes dos que estão legalmente incumbidos de manter a ordem. Assistir a tudo e ficar de braços cruzados ou adotar medidas paliativas que sabemos antecipadamente inócuas porque não permanentes, é tão abominável quanto o ato criminoso que se quer coibir.
Compete ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário, auxiliados pelas forças auxiliares (Promotoria e Polícia), bem como todas as entidades civis de todo o Vale Jaguaribano sentar repetidas vezes e debater com urgência e firmeza essa grave situação, advindo daí soluções efetivas. Às autoridades constituídas não é favor é DEVER constitucional indelegável! Movam-se, justifiquem as glórias e honrarias das quais dizem se orgulhar e exerçam as faculdades das quais estão investidos ou abandonem os seus postos por inépcia. Não dá mais para ficarmos assistindo desculpas parte das quais sabemos não procedentes ou que apenas têm o fito de justificar resultados negativos de ações diligenciadas enquanto a bandidagem grassa e se sedimenta. Não são apenas audiências meramente formais, burocráticas, politiqueiras, para tentar justificar o injustificável que trarão soluções. É da decisão política e do debate sistemático, de ações proativas que advirão resultados e fortalecerão os próprios poderes incumbidos dessa nobre missão ou eles próprios não se justificam.
A sociedade quer, cobra, exige AÇÕES! RESULTADOS! TRANQUILIADE! PAZ! Vidas estão em jogo e que poderão ser também as suas vidas ou a dos seus entes queridos ou amigos. Ponderem e AJAM!!!

Cópias as Prefeituras e Câmaras das cidades mencionadas – Promotoria - 1º BPM – Delegacia Regional da Polícia Civil e Imprensa regional.

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

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