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terça-feira, 30 de agosto de 2011

ABRINDO CAMINHOS



As manchetes dos jornais escritos e televisivos são cristalinas. Provas irrefutáveis do descuro para com a nossa fragilizada Educação, tendo como alvo mais visado e negligenciado o professor. Um acinte que nos causa espécie, perplexidade e temor pelo o que pode decorrer desse processo. O desestímulo já é notório e a carência desses profissionais crescente e de difícil reposição, atentem! Compensa ser educador? Esse é o questionamento do momento.
Há bem pouco tempo, um professor era um personagem de agradável lembrança, que imprimia admiração, carinho, respeito profundo, até veneração como se dispensavam a sacerdotes que também exerciam, paralelamente, esse sublime ofício. Não que esses profissionais sejam deuses, isentos de imperfeições, mas a sua missão por si os dignifica – abrem caminhos, formam cidadãos! Muitos deles, que maioria das vezes são preteridos por pessoas inconsequentes, inábeis, de limitada visão, que não lhes reconhece o mérito, padecem de uma série de atos levianos e criminosos cometidos por todos que os cercam. De administradores públicos intransigentes e debochados a secretários, diretores, pais e os próprios alunos.
Além da sobrecarga de tarefas que se lhes atribuem, na maioria das vezes distanciando-os completamente da sua função principal que é educar repassando conhecimentos das disciplinas constantes das grades curriculares e ensinando a ler e escrever, primordialmente, incumbem-lhes de tarefas outras que não essenciais e para as quais muitas vezes não estão adequadamente preparados – os tais “Temas Paralelos”. Discorrer sobre sexo, trânsito, drogas, violência etc., que, no nosso entender, indispensáveis à formação dos jovens, mas que caberiam a profissionais qualificados, de nível acadêmico, com especialização específica para essas incumbências e que exercessem as suas funções dentro das escolas as quais estivessem vinculados. E o resultado se tem demonstrado catastrófico. Basta que analisemos friamente os diversos mecanismos de aferição, mesmo que de iniciativa governamental, classista ou ainda particular, nos vários estágios – do ensino fundamental ao superior. Os alunos não sabem ler e escrever, quanto mais, quando conseguem, entender o que leem. É um caos total. Exames de ordens, quando exigíveis, e que deveriam ser ampliado a todas as profissões, também revelam o sofrível nível de qualificação das nossas Universidades que a todo ano despejam no mercado de trabalho levas de profissionais que na sua maioria, não são bem formados. Não se prima pela qualidade prioritariamente e sim pela quantidade de instituições que são abertas, muitas das quais sem a mínima condição de funcionamento para os fins a que se destinam.
Como se não bastassem os salários aviltados dos educadores, incompatíveis com o mérito da profissão, esses também padecem da violência, interna e externa, já quase incontrolável, observadas nas nossas fragilizadas escolas. Incidentes graves a cada dia. Insegurança total que decorre da violência praticada da parte dos responsáveis ou pais, e mesmo dos próprios discentes - maiores beneficiados do esforço e da abnegação dos seus mestres. Esses são os principais agressores que a discutível lei que concebeu o controvertido ECA – Estatuto da Criança e Adolescente - imunizou. Sequer pode um professor admoestar um aluno sob o risco de ser intimado pelos membros dos Conselhos Tutelares (para esses casos sempre atentos), e ainda serem ameaçados, quando não agredidos e até mortos dentro do próprio ambiente de trabalho, vítimas de jovens temperamentais, sem berço, ou por alguns pais arrogantes, despreparados, inconsequentes e sem reconhecimento. Os mesmos que em grande parte repassam até o seu encargo fundamental, que é o zelo paternal e formativo primário, aos injustiçados mestres. Alguns alunos relapsos são promovidos sem mérito, apenas para compor estatísticas de aproveitamento que se revertem em benefício da escola e seus dirigentes. É um descaminho inaceitável. Os reflexos desse procedimento nefasto, impensado, se farão sentir em futuro bem próximo e serão quase de impossível reversão.
É uma inversão de valores brutal, inconsequente, que assistimos no nosso cotidiano e que grassa País afora sem que se adotem providências para corrigir essa grave situação.
Aos mestres, resta-nos o eterno reconhecimento e lhes desejar melhores perspectivas!

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

APOCALIPSE OU NOVOS TEMPOS?




Meninas, menores, que formam gangues e assaltam nos grandes centros e que, enquanto detidas, demolem Conselho Tutelar – instituições que por sua vez resistem em precárias condições físicas e estruturais de funcionamento enquanto desassistidas pelos poderes públicos, inclusive pela própria Justiça a qual estão vinculados. Menores, de ambos os sexos, entres os quais de faixa etária de 12 anos, que formam o “Clube do Sexo”, funcionando com relativa estrutura organizacional e quando a própria mãe de uma das envolvidas denuncia é ameaçada de morte pelos seus integrantes. Numero crescente de policiais, a quem institucionalmente cabe a manutenção da ordem pública, mas que se desvirtuam das suas funções fundamentais e debandam convergindo para o crime por falta, primordialmente, de um plano de carreira e remuneração condizentes e compatíveis com os riscos aos quais se sujeitam. Juízes que quando não assassinados ou constantes de macabras listas de morte sobrevivem acossados, quase em estado vegetativo, sobressaltados, escoltados e trancafiados em seus gabinetes por exercerem com dignidade e destemor o seu espinhoso ofício, enquanto os seus algozes não se intimidam e desfrutam a vida em liberdade, nababesca e ostensivamente. Médicos que sem condições mínimas assistencial aos que lhes acorrem em hospitais públicos, por falta de leitos e medicamentos e que muitas vezes são forçados a optar entre os enfermos para definir quem sobreviverá, são desestimulados quando não acusados e punidos por negligência. Professores que quando estão a reivindicar o mínimo de dignidade, são admoestados publicamente, em tom irônico, por administradores públicos insensíveis que se lhes nega direitos mínimos que honrem a sua nobre missão e assim são impelidos a desistir da profissão. Crescente e preocupante já é a carência desses profissionais.
E de tudo os Poderes públicos, em especial o Executivo e Legislativo estão sabedores, mas permanecem em estado de permanente letargia, impassíveis, quedados, lenientes quando não mancomunados em alguns casos. Nenhuma medida coerente, preventiva, coercitiva e de eficácia proporcional é analisada, delineada, posta em prática com a urgência compatível e indispensável aos constrangimentos e caos aos quais estamos sujeitos. A aplicação das leis (bastante isso), às quais também por sua vez defasadas e distanciadas da nossa realidade contemporânea, porque demasiadamente complacentes, estão a exigir um processo revisional, mas permanecem negligenciadas e relegadas a segundo plano em termos de prioridade. À coisas menos significantes dá-se a primazia.
É preciso que algo de maior notoriedade aconteça para se lastimar e logo de imediato acomodar-se como que predestinados a sobreviver nesse caos intolerável a que a sociedade brasileira, por sua vez também acomodada, omissa e atemorizada que insiste em permanecer apática, sem esboçar reações. Será que os exemplos de reações que em vários países observamos recentemente não se dizem por aqui oportunos, por vezes já tardios? É tão difícil exercer nossa cidadania ou não nos convém ou somos tolhidos de postular nossos direitos? “Que país é esse?!”

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

APOCALIPSE OU NOVOS TEMPOS?



Meninas, menores, que formam gangues e assaltam nos grandes centros e que, enquanto detidas, demolem Conselho Tutelar – instituições que por sua vez resistem em precárias condições físicas e estruturais de funcionamento enquanto desassistidas pelos poderes públicos, inclusive pela própria Justiça a qual estão vinculados. Menores, de ambos os sexos, entres os quais de faixa etária de 12 anos, que formam o “Clube do Sexo”, funcionando com relativa estrutura organizacional e quando a própria mãe de uma das envolvidas denuncia é ameaçada de morte pelos seus integrantes. Numero crescente de policiais, a quem institucionalmente cabe a manutenção da ordem pública, mas que se desvirtuam das suas funções fundamentais e debandam convergindo para o crime por falta, primordialmente, de um plano de carreira e remuneração condizentes e compatíveis com os riscos aos quais se sujeitam. Juízes que quando não assassinados ou constantes de macabras listas de morte sobrevivem acossados, quase em estado vegetativo, sobressaltados, escoltados e trancafiados em seus gabinetes por exercerem com dignidade e destemor o seu espinhoso ofício, enquanto os seus algozes não se intimidam e desfrutam a vida em liberdade, nababesca e ostensivamente. Médicos que sem condições mínimas assistencial aos que lhes acorrem em hospitais públicos, por falta de leitos e medicamentos e que muitas vezes são forçados a optar entre os enfermos para definir quem sobreviverá, são desestimulados quando não acusados e punidos por negligência. Professores que quando estão a reivindicar o mínimo de dignidade, são admoestados publicamente, em tom irônico, por administradores públicos insensíveis que se lhes nega direitos mínimos que honrem a sua nobre missão e assim são impelidos a desistir da profissão. Crescente e preocupante já é a carência desses profissionais.
E de tudo os Poderes públicos, em especial o Executivo e Legislativo estão sabedores, mas permanecem em estado de permanente letargia, impassíveis, quedados, lenientes quando não mancomunados em alguns casos. Nenhuma medida coerente, preventiva, coercitiva e de eficácia proporcional é analisada, delineada, posta em prática com a urgência compatível e indispensável aos constrangimentos e caos aos quais estamos sujeitos. A aplicação das leis (bastante isso), às quais também por sua vez defasadas e distanciadas da nossa realidade contemporânea, porque demasiadamente complacentes, estão a exigir um processo revisional, mas permanecem negligenciadas e relegadas a segundo plano em termos de prioridade. À coisas menos significantes dá-se a primazia.
É preciso que algo de maior notoriedade aconteça para se lastimar e logo de imediato acomodar-se como que predestinados a sobreviver nesse caos intolerável a que a sociedade brasileira, por sua vez também acomodada, omissa e atemorizada que insiste em permanecer apática, sem esboçar reações. Será que os exemplos de reações que em vários países observamos recentemente não se dizem por aqui oportunos, por vezes já tardios? É tão difícil exercer nossa cidadania ou não nos convém ou somos tolhidos de postular nossos direitos? “Que país é esse!!!”

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

domingo, 21 de agosto de 2011

PROERD X DROGAS E VIOLÊNCIA


Mais uma boa notícia para Russas. Digo melhor, uma ótima notícia!
Em mais uma sempre oportuna iniciativa da coordenação da Escola Disney em conjunto com a Polícia Militar, foram convidados, tantos responsáveis quanto os pais de alunos, com o propósito de se apresentar o projeto PROERD – Programa Educacional de Resistências às Drogas e à Violência. Embora já adotado por todos os municípios circunvizinhos e em todo território nacional, somente agora as autoridades municipais local acordaram e propiciaram condições de implantação também em Russas. Mas esse tipo de iniciativa nunca é tardio e será sempre bem-vindo!
Sob a competente didática do Cabo Jackson da PM local tomou-se conhecimento dos seus objetivos e da forma como será procedida a sua implantação. Combate às drogas e à violência que dela decorre.
O período de duração do Programa é de cerca de quatro meses e terá envolvimento não só de alunos, mas dos responsáveis e pais destes. O seu objetivo primordial é conscientizar jovens que, dada a faixa etária entre 12 a 17 anos, são alvos de constante assédio e presas mais fáceis dos traficantes com o propósito de arrebanha-los, convencendo-os e induzindo-os tanto para o consumo como mesmo para a prática do tráfico. É a fase de maior fragilidade emocional e, portanto, mais suscetível de abordagem e convencimento.
Trata-se de um relevante programa de caráter social, com propósitos essencialmente preventivos. Será ministrado por policiais estrategicamente capacitados que irão interagir diretamente com os alunos da quinta a sétima série – nível de escolaridade que corresponde à faixa etária mencionada - sob também o auxílio zeloso e indispensável dos professores que assumirão mais esse nobre encargo social.
Urge, pois, que haja o engajamento de todos – responsáveis, pais, escolas, em especial das autoridades municipais e de toda a sociedade. É sempre melhor prevenir do que remediar e só sabe das trágicas consequências das drogas e da violência quem teve o infortúnio de ter alguém da família envolvido. Compete-nos ter a consciência de que se trata de uma luta difícil, mas não impossível e que só venceremos se unidos. Unamo-nos, pois!

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O CAMPUS DA UFC É DE TODOS



Russas (CE), 13h10min, do dia 16 de agosto de 2011. Enquanto a população ainda atenta às noticiais das emissoras de rádio locais, ansiosas para dar a boa-nova em primeira mão, começaram os estampidos de uma salva diferente das demais até então ouvidas. Essa nos soou bem melhor e infinitamente mais bem acolhida que as demais as quais estávamos acostumados a escutar. Nunca uma salva foi tão bem-vinda, tão bem aceita, tão justa, tão oportuna quanto essa. Foi mais profunda, marcou. Uma salva em comemoração a escolha de Russas para a instalação do Campus da UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC. Nada mais gratificante e promissor!
Méritos e privilégios são de todos. Políticos que de tendências diversas, mas que unidos somaram forças em prol dessa justa e nobre causa. Estudantes que lutaram nos seus limites e que de agora em diante terão mais uma nova perspectiva de pugnar por uma carreira que se lhes assegure um futuro melhor. Mestres, pais, parentes, amigos, comércio, a imprensa que estimulou. A festa é de todos, enfim todos sairão lucrando com a escolha do nosso município.
Mas não só Russas capitalizou esse incomensurável benefício. Ganhou todo o Vale do Jaguaribe que agora tem, bem mais acessível, uma esperança a mais na área de Educação que certamente trará melhor e mais seguro encaminhamento a todos os privilegiados que na UFC ingressarem. Foi um salto positivo para o futuro e que comum a todos os municípios da Região. A todos, conjuntamente, os nossos efusivos parabéns! Façamos bom proveito desse privilégio que custou a parcela do empenho de cada um que bem intencionado aspirou a essa dádiva.
Não é força de expressão ou excesso de euforia e talvez alguns até não dimensionem o seu alcance, mas, com certeza, esse foi o melhor dia para Russas, para o nosso Vale do Jaguaribe. Resta-nos comemorar, juntos!

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

REAJUSTE DE APOSENTADOS




Com o veto da presidente Dilma a um artigo da LDO, mais uma vez os aposentados somos lesados! Não importa a tão invocada “sensibilidade” do governo em exercício - se conduzido por homem ou mulher – pois se nivelam e continuamos sempre e impiedosamente preteridos. A máquina governamental mal zelada, maculada pela corrupção como se demonstra, é mais dura, mais impassível, mais desumana perpetuadamente. O jogo politiqueiro de interesses prevalece. Enquanto arguem, falsa e hipocritamente, que se trata de mais uma medida cautelar para a suposta contenção de aumentos dos preços, por outro lado prodigalizam com o dinheiro público com festas, investimentos e outros gastos não prioritários, esses sim, verdadeiros estimuladores da inflação. E assim caminha esse governo de tantos desatinos.

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AGENDA DA PRESIDENTE


Dias atrás, demissão do ministro “x”. Acusação: suspeição de CORRUPÇÃO. Dia seguinte, substituição do ministro “y”. Acusação: CORRUPÇÃO. Dia imediato, demissão ou afastamento do ministro “z” e seus inúmeros assessores. Acusação: todos sob suspeita ou por terem praticado comprovados atos de CORRUPÇÃO.
Embora saibamos que não são episódios inéditos, a cada dia um novo ministério ou instituições governamentais são enxovalhados e isto em apenas oito meses de governo. Ministérios atuais denunciados: Transportes, Agricultura, Turismo, Cidades, Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Agrário. Instituições denunciadas: CONAB, VALEC, DNIT, INCRA e ANP. Por enquanto.
As devassas seguem consistentes e abrangentes. Mas conchavos para não se instalar CPI e outros joguetes politiqueiros que só enodoam ainda mais este governo é o quadro deprimente que a cada instante nos deparamos. Pior é que os supostos envolvidos saem ilesos de todo o processo e continuarão atuando em novas áreas.
Melhor, mais cômodo, menos estressante e escandaloso não seria uma renovação geral Excelentíssima Presidente? Mas impraticável se torna já que alguns desses órgãos são vinculados ou estão sob o patrocínio dos partidos da já fragilizada “base aliada” do governo sequiosa de poder. E aí é melindroso mexer. Seria ousar demasiado.
Fato é que corrupção grassa sob os auspícios da impunidade e tu brasileiro, maior vítima desse processo, a tudo contempla calado, acovardado, sem esboçar reações.

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

PROFESSORES X GOVERNADOR


Art. 5º da Constituição Federal: (TODOS são IGUAIS perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e... à IGUALDADE...) Art. 9º: (É assegurado o DIREITO DE GREVE, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.) Esses são alguns dos princípios fundamentais da nossa Constituição e a ela todos estão subordinados. Descumpri-la, por quem seja, acarreta sérias implicações.
Transitado em julgado na última instância – Supremo Tribunal Federal (STF) - o processo do qual recorreu o Governo do Estado do Ceará, contestando a Lei 11.738/8 – Piso Salarial dos Professores - caberia tão somente ao Excelentíssimo Governador Cid Gomes, dar cumprimento, sem delongas. Afinal, uma autoridade para se reconhecer e cobrar dos seus governados o cumprimento das leis implica, primordialmente, observá-las com estrito rigor, ou teremos um estado anárquico. Sua Excelência, por sua vez, em declarada afronta à decisão superior e em revide aos professores delibera, como providência meramente protelatória e injustificada, sem fundamento jurídico, por apresentar um novo projeto no qual alija cerca de 80% dos professores de qualquer reajuste, bem como lhe confisca outros direitos adquiridos. Para que se tenha uma ideia, nos termos em que o projeto foi apresentado à Assembleia Legislativa, um professor necessitaria de, no mínimo, 28 anos para atingir o nível mais bem qualificado da sua carreira. Sabe-se, entretanto, que um professor, por lei, aposenta-se aos 25 anos de exercício da nobre, porém desgastante profissão. Fica explícito, cristalino, que jamais o topo da carreira seria alcançado se o referido projeto lograsse êxito, o que não acreditamos, pois prevalecerá o bom senso dos nossos legisladores. Será que não basta que o Estado do Ceará pague o 5º pior salário do País e sejamos o 4º entre os piores da região Nordeste? Em contrapartida somos um dos mais bem classificados em termos de qualidade educacional. E isto não se divulga.
Urge que a classe reflita e, unida, não tema represálias. Chega de ter medo de postular por nossos direitos! Chega de acovardamento! Legalmente a classe está amparada e dar cumprimento à decisão é questão de tempo, visto que não há mais como postergar com embustes ou outros atos meramente protelatórios e fora da legalidade. Lamenta-se que a Justiça não demande no sentido de exigir o imediato cumprimento à sua decisão, como assim procede com os demais cidadãos. Por que a diferenciação?
Aos abnegados professores, eternas vítimas do descaso crônico e inconsequente dos nossos governantes, desejamos-lhes sucesso na incansável luta pelos seus direitos e que a população não só entenda o seu justo posicionamento, mas que com eles mantenha-se em solidário apoio, pois afinal são eles que, muitas vezes não reconhecidos, asseguram um futuro melhor para seus filhos.
Ai da nação que desconhecer o mérito dos que educam, maioria das vezes com sacrifício próprio e suprindo até a educação que competiria aos genitores prover.

(Bem-vindo seja o Campus da UFC!!!)

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

terça-feira, 9 de agosto de 2011

JUSTIÇA INJUSTA


Sem que se caracterize exclusividade, a Justiça russana atravessa um período crítico e intolerável. Não é por falta de competência ou de desprendimento dos seus servidores, disso somos testemunha, mas por problema estrutural e falta de diligência da instância superior a quem compete zelar. Atualmente temos apenas um Juiz que nos assiste, mas que só comparece uma vez por semana.
Por experiência própria, pois, como tantos, padecemos da lentidão na conclusão de processos do nosso interesse, um dos quais por mais de 12 anos, sabemos o custo e sofrimento que isto representa aos que a nossa Justiça acorrem como último esteio na busca legal da solução de seus problemas. Um martírio perpetuado!
Certa ocasião, ouvimos da própria meritíssima Dra. Antônia Neuma Dias Vasconcelos, quando aqui exercia seu ofício e em resposta à nossa reclamação sobre o andamento de processo do nosso interesse, queixar-se do assoberbamento que se verificava no Fórum local, quando apenas à sua responsabilidade recaia toda a carga processual. De promotores e advogados ouvimos sistemáticos protestos e percebemos o manifesto inconformismo inerente a essa insustentável problemática.
A Justiça do Ceará é considerada a pior colocada em comparação aos demais estados da Federação. Recordamo-nos, ainda, que quando aqui em visita formal um representante do Tribunal de Justiça do Ceará esse, em reunião aberta ao público, noticiou a informatização da Justiça e comprometeu-se a dinamizar a estrutura local. Para isso informou que no endereço eletrônico do TJCE abriria um link para sugestões públicas. Mas não se tem demonstrado uma realidade ou tem pouca efetividade. Pioramos, é a triste constatação!
Mutirões de conciliação ainda não são suficientes. São meros paliativos aos quais fazem tanto alardeios para um resultado pífio. Restam providências de caráter emergencial e estrutural, consistentes e duradouras, pois o povo (maior vítima) que paga, e caro, para ver reconhecido os seus direitos, tem que receber um serviço de melhor qualidade e com a celeridade que se impõe. Não é favor, é um DIREITO e erramos quando não contestamos.
Não é também do nosso conhecimento qualquer ação efetiva, um posicionamento mais contundente tanto da parte do CNJ, ou da Procuradoria Geral, quanto da OAB, ou a quem competir, no sentido de, por adoção de ações legais e até valendo-se de apelo classista ou ainda mesmo que político, com o propósito exigir providências na tentativa de reverter esse quadro negativo que depõe contra a nossa Justiça. O que se teme?
Já dizia Rui Barbosa: “Justiça tardia não é justiça, é injustiça manifesta.”

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RUSSAS 210 ANOS


Festa, júbilo é o que mereceria Russas, mais precisamente o povo russano na passagem dos seus 210 anos. Mas é isso o que se ouve em cada esquina, a cada programa de rádio que são meros propagadores da voz do povo? Definitivamente não! Protestos, insatisfações, cobranças e, pior, sobre problemas reincidentes e com razões de sobra. O povo cansou de tanta inaptidão, tantos descuidos. Atende-se uma reclamação, geralmente de forma paliativa, precária, visto que não se tenta eliminar o problema, mas apenas acatar provisoriamente à grita do povo que cansado não suporta mais e recorre aos meios de comunicação para exprimir seus descontentamentos e, tão imediato, a situação precária, supostamente remediada, retoma e muitas vezes mais agravada. Por que não fazer bem-feito? Por que deixaram acumular tantos problemas que agora parecem incontornáveis? Inaugura-se um posto de saúde, mas não se lhe assegura o médico, como também medicamentos essenciais de uso continuado que sistematicamente estão em falta. Tenta-se maquiar o centro (e muitas vezes nem isso), enquanto a periferia amarga o descuido persistente. O trânsito parece não se compatibilizar mais com o crescimento populacional e traz consequências danosas aos usuários. Dinheiro há, falta um mais adequado direcionamento. Falta vontade política. Faltam fiscalização e força do poder legislativo em cobrar mais contundentemente. Impor-se!
Mas as cidades são maiores que qualquer gestor cujo mandato é efêmero. O poder se alterna ainda que deixe as marcas indesejáveis às cidades quando mal administradas. As péssimas lembranças, em especial, ficam na memória, na história de um povo e o ajudam a escolher novos administradores com mais discernimento. Pelo menos assim deveria ser!
Russas reúne todas as condições para se restabelecer e ser a mais bem estruturada e bela cidade do Vale do Jaguaribe. Isto é inconteste. Falta-lhe o zelo público. Falta-lhe amor dos que a administram, o que é imperdoável!
Feliz aniversário Russas, russanos e forasteiros que, de boa vontade, aqui se instalaram e contribuem positivamente para o seu engrandecimento. Que melhores tempos, novas perspectivas, nova visão do que é administrar o que é público venham já com a nova administração que será eleita. Que nossa cidade dê um salto de qualidade compatível com o seu povo e com o que ela merece, recuperando os estragos observados ao longo dos últimos anos. Nunca é tarde!

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

FORTALEZA BELA... NEM TANTO!


Retornei em visita a Fortaleza - a mais bem estruturada capital do Nordeste, embora não tão bem cuidada como merecida se faz em alguns aspectos.
Em busca de eventos culturais e na expectativa de assistir a um bom espetáculo dirigi-me ao Centro Cultural Dragão do Mar. Qual quê! Quedei a contemplar um joguinho de capoeira aqui, um “hip-hop” mal dançado ali e grupinhos de jovens, maioria vestindo preto – cor predileta das “tribos”, deduzi. Jovens de comportamento que entre eles normal, mas para muitos presentes, que de outros tempos, um tanto de gosto extravagante. Adiante, grupos de meninas, menores, portando litros de vinho (aparentemente) entornavam o estranho líquido sem cerimônia enquanto algumas rolavam abraçadas na grama umedecida pelo sereno. Notadamente estavam alteradas pelo consumo daquele produto. Não percebi consumo de outras drogas. Umas, aos beijos entre si, o que não é mais de se estranhar, pois basta que liguemos as nossas TVs que o beijo entre o mesmo sexo já é aceito. Mas já tão precocemente?... “Meu Deus, como é que pode!!!”, foi o que mais ouvi dos não afeitos, que abismados se entreolhavam enquanto eu permeava entre eles a observá-los. Para mim, novos tempos, nada a reprovar. Que vivam e amem! De espetáculo cultural mesmo nada de interessante e, sem motivação, retornei ao hotel.
Dia seguinte, ainda no período de férias e com número considerável de turistas a transitar pelas ruas e avenidas da orla quando, por volta de 10h30min, com o sol quase a pino, percebi um grupo de crianças da mais tenra idade, descontraídas e postadas na calçada próxima a um cruzamento na Avenida da Abolição. Ao sinal fechado duas delas – uma com cerca de cinco e outra com sete anos, quando muito – permaneciam (foto): uma agachada de joelhos e a outra sobre ela a fazer malabarismo e a mendigar gorjetas dos motoristas que paravam e contemplavam gesticulando a cabeça em desaprovação quase unânime. Cena chocante! Além do risco e da humilhação a que estavam expostas denotava o abandono absoluto a que estavam submetidas. Nenhum agente do Conselho Tutelar ou de outra entidade competente, muito menos do governo, a zelar por essas crianças. É que as autoridades públicas preferem investir em estádios, aquários, jardins japoneses, micaretas, festas outras extravagantes com o dinheiro público do que cuidar dos eternos abandonados da nossa sociedade. Uma vexatória opção que depõe contra todos e resvala de certa forma no hospitaleiro fortalezense que não é o responsável direto, mas que tem uma parcela mínima de culpa ao calar diante desta triste realidade. É o escabroso “silêncio dos bons” ao qual aderimos por habituados!

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br