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sábado, 19 de maio de 2012

SECAS E EMBUSTES POLÍTICOS





Há dez anos ouvíamos do então Presidente de República, Sr. Luís Inácio Lula da Silva, nascido em Caetés, distrito de Garanhuns (PE), por conseguinte nordestino de origem e, como retirante, supostamente conhecedor das agruras pelas quais passam os que são vítimas de uma seca, que abriria milhares de poços artesianos no Nordeste. Não cumpriu mais uma do seu conjunto de intermináveis e fantasiosas promessas para a sua região berço. E foram tantas! Não satisfeito, idealiza e concretiza Dilma Rousseff. A Excelentíssima Presidente deu seguimento ao seu estilo tornando-se exímia em prometer e não realizar. Estaria no DNA? Estranho, enquanto disparatado, é que o faz com tanta pompa, tanto alarde, tanto poder de convencimento que consegue persuadir os ingênuos, especialmente os das classes menos favorecidas, os simples, os miseráveis de todo gênero, os que iludidos um dia a alçaram à Presidência.
A lista de promessas não concretizadas nos seus dias de governo é extensa e consta desses compromissos 60 mil cisternas que apenas restaram prometidas e não saíram do papel. E é certo que não resolveriam o problema, mas nesta hora dramática é que seriam imprescindíveis, de extrema valia visto que amenizariam os pecaminosos efeitos da seca com a qual nos deparamos, mais uma vez. E a passos de lesma, até com suspeita de irregularidades e constantes paralizações, caminha também a tão propalada e ainda não consolidada transposição do Rio São Francisco.
Nós não poderíamos atribuir a um deus, qual seja, esse desastre climático, esse castigo cíclico, já que pelos sectários seríamos amaldiçoados. Também aos governantes não caberia imputar culpa dizendo-lhes responsáveis exclusivos por calamidades do gênero, por esse flagelo que insiste em dizimar populações inteiras e sem soluções que pelo menos minimizem os seus efeitos, pois estaríamos sendo levianos. Mas a quem imputar? À mãe Natureza? Sim!, certamente dirão muitos e a isso servilmente temos que nos curvar. Será? O que nos resta então condenar é a falta de medidas governamentais proativas que são de possível realização e com mais efetividade que as remediadoras, maioria inócuas e tão somente onerosos paliativos. Pelo fenômeno os políticos não são culpados, mas pela falta de diligência em tempo hábil convictamente são.
Ainda que falhos (e assim se demonstram ao longo da história!) dos institutos meteorológicos oficiais deveriam ser cobradas previsões técnicas mais tecnicamente rigorosas, competentes, o quanto mais aproximadas da realidade porque cientificamente previsíveis, para que providências de acomodação e minimização dos efeitos climáticos adversos pudessem fazer parte de planos emergenciais, tecnicamente viáveis, a serem prontamente executados. Episódios sucedem-se periodicamente e previsões não passam apenas de palpites tão subjetivos quanto os pressentimentos dos profetas leigos do sertão.
Não dá mais para justificar que irmãos morram de sede, percam seus escassos rebanhos, seus únicos bens, único arrimo de milhares de famílias, porque a tão prometida e indispensável assistência não lhes foi aprovisionada preventivamente e em horas e lugares oportunos. Diligências imprescindíveis à própria subsistência de milhares de brasileiros que alguns cênica e cinicamente os tratam de “brasileirinhos”, dissipam-se nas falsas e eleitoreiras promessas dos nossos relapsos, inaptos, desumanos e descomprometidos políticos.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

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