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domingo, 11 de março de 2012

MULHERES



Delas dizem mil coisas, apontam-lhes sempre e preferentemente as imperfeições...
Pífios e desqualificados ressentimentos, concluo!
...é que nos falta sutileza para entendê-las;
...é que não lhes reconhecemos feminina a alma;
...é que não somos capazes de decifrá-las já que não lhes conhecemos verdadeiramente as razões, os porquês, enigmáticas enquanto belas que a natureza lhes fez...
Dizem-nas ciumentas.
....é que mil razões certamente haverá.
Avaliam-nas possessivas.
...mesmo que assim procedam, é o seu jeitinho especial de amar.
Dizem-nas até tagarelas... meros insultos, puras divagações!
...é que não sabemos escutá-las e a voz lhes flui mais facilmente,
porquanto mais autênticas e sinceras que são.
Querem-nas santas alguns; escravas muitas vezes; objetos de posse para uso e descarte.
...é que esses, por medíocres, não sabem atribuir-lhes a real valia que elas têm.
Por que não apenas vê-las como simplesmente mulheres, sem endeusamentos, mas ainda mais sem ressentimentos, sem preconceitos, sem precauções ou pejorativas rotulações?
Melhor senti-las amigas, companheiras, amantes, cúmplices, concorrentes até que sejam, mas capazes, iguais, competentes, visto que são.
Partilhar da sua meiguice e em gestos fidalgos, espontâneos, tomar-lhes sempre as mãos.
Delas nos compete apenas aproximar, sem exigências, cobranças, direitos a reivindicar,conhecendo-lhes as profundezas da alma, embora aos tolos só matéria pareçam.
Desmistificar suas supostas fragilidades, mesmo porque fortes já nascem.
Por fim, desfrutar da sua sabedoria, restando-nos que não admirá-las, aceitá-las
sem e mesmo com todos os supostos “defeitos”, já que criaturas adoráveis não só parecem... demonstram, verdadeiramente são!

J. Hildeberto J. de AQUINO

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