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terça-feira, 30 de agosto de 2011

ABRINDO CAMINHOS



As manchetes dos jornais escritos e televisivos são cristalinas. Provas irrefutáveis do descuro para com a nossa fragilizada Educação, tendo como alvo mais visado e negligenciado o professor. Um acinte que nos causa espécie, perplexidade e temor pelo o que pode decorrer desse processo. O desestímulo já é notório e a carência desses profissionais crescente e de difícil reposição, atentem! Compensa ser educador? Esse é o questionamento do momento.
Há bem pouco tempo, um professor era um personagem de agradável lembrança, que imprimia admiração, carinho, respeito profundo, até veneração como se dispensavam a sacerdotes que também exerciam, paralelamente, esse sublime ofício. Não que esses profissionais sejam deuses, isentos de imperfeições, mas a sua missão por si os dignifica – abrem caminhos, formam cidadãos! Muitos deles, que maioria das vezes são preteridos por pessoas inconsequentes, inábeis, de limitada visão, que não lhes reconhece o mérito, padecem de uma série de atos levianos e criminosos cometidos por todos que os cercam. De administradores públicos intransigentes e debochados a secretários, diretores, pais e os próprios alunos.
Além da sobrecarga de tarefas que se lhes atribuem, na maioria das vezes distanciando-os completamente da sua função principal que é educar repassando conhecimentos das disciplinas constantes das grades curriculares e ensinando a ler e escrever, primordialmente, incumbem-lhes de tarefas outras que não essenciais e para as quais muitas vezes não estão adequadamente preparados – os tais “Temas Paralelos”. Discorrer sobre sexo, trânsito, drogas, violência etc., que, no nosso entender, indispensáveis à formação dos jovens, mas que caberiam a profissionais qualificados, de nível acadêmico, com especialização específica para essas incumbências e que exercessem as suas funções dentro das escolas as quais estivessem vinculados. E o resultado se tem demonstrado catastrófico. Basta que analisemos friamente os diversos mecanismos de aferição, mesmo que de iniciativa governamental, classista ou ainda particular, nos vários estágios – do ensino fundamental ao superior. Os alunos não sabem ler e escrever, quanto mais, quando conseguem, entender o que leem. É um caos total. Exames de ordens, quando exigíveis, e que deveriam ser ampliado a todas as profissões, também revelam o sofrível nível de qualificação das nossas Universidades que a todo ano despejam no mercado de trabalho levas de profissionais que na sua maioria, não são bem formados. Não se prima pela qualidade prioritariamente e sim pela quantidade de instituições que são abertas, muitas das quais sem a mínima condição de funcionamento para os fins a que se destinam.
Como se não bastassem os salários aviltados dos educadores, incompatíveis com o mérito da profissão, esses também padecem da violência, interna e externa, já quase incontrolável, observadas nas nossas fragilizadas escolas. Incidentes graves a cada dia. Insegurança total que decorre da violência praticada da parte dos responsáveis ou pais, e mesmo dos próprios discentes - maiores beneficiados do esforço e da abnegação dos seus mestres. Esses são os principais agressores que a discutível lei que concebeu o controvertido ECA – Estatuto da Criança e Adolescente - imunizou. Sequer pode um professor admoestar um aluno sob o risco de ser intimado pelos membros dos Conselhos Tutelares (para esses casos sempre atentos), e ainda serem ameaçados, quando não agredidos e até mortos dentro do próprio ambiente de trabalho, vítimas de jovens temperamentais, sem berço, ou por alguns pais arrogantes, despreparados, inconsequentes e sem reconhecimento. Os mesmos que em grande parte repassam até o seu encargo fundamental, que é o zelo paternal e formativo primário, aos injustiçados mestres. Alguns alunos relapsos são promovidos sem mérito, apenas para compor estatísticas de aproveitamento que se revertem em benefício da escola e seus dirigentes. É um descaminho inaceitável. Os reflexos desse procedimento nefasto, impensado, se farão sentir em futuro bem próximo e serão quase de impossível reversão.
É uma inversão de valores brutal, inconsequente, que assistimos no nosso cotidiano e que grassa País afora sem que se adotem providências para corrigir essa grave situação.
Aos mestres, resta-nos o eterno reconhecimento e lhes desejar melhores perspectivas!

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

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