Estádios para a prática exclusiva de futebol, atualmente
denominados arenas (o que sugere mais anfiteatros romanos onde gladiadores
travavam combates, sacrificavam prisioneiros entre feras, etc.) nestes tempos não
passam de bandejões nababescos que concentram pessoas onde grande parte é consciente
e constituída de desportistas convictos, mas se tornam ringues na medida em que
estão cada vez mais infiltrados por vândalos, baderneiros incorrigíveis, sem a
mínima noção de sociabilidade, esportividade e do que é um bem público.
(Corrijo: era público, já que estão privatizando tudo o que foi edificado com o
dinheiro público - nosso dinheiro.) E
agridem sistematicamente quem lhes atravesse o caminho. Violência que extrapola
o limite dos estádios já que dentro e fora matam, picham, quebram ônibus e
metrôs, impunimente. Raro é o “clássico” no qual não há roubos, vandalismo,
mortes, sem falar que tratamos de um futebol coxo, decadente, já pessimamente
classificado no ranking mundial da ojerizada FIFA e que remunera regia e
inversamente proporcional ao talento a maioria dos atletas enquanto os clubes,
raras exceções, continuam endividados, alguns falidos até.
Cremos uma péssima e eleitoreira inversão de recursos governamentais, em especial quando há hospitais sem médicos, leitos e equipamentos; escolas em ruínas com professores mal remunerados e um país sem estradas e ferrovias sequer para escoar a produção. Enquanto isso, a mídia esportiva que sobrevive do futebol onde prevalece o interesse comercial, inconsequentemente insiste em exaltá-lo em detrimento dos demais esportes. Qualquer lance comum já passa a ser considerado uma genialidade pelos locutores e comentaristas no “País do Futebol”. E aquele jogador medíocre, mas que casualmente acertou talvez a única boa jogada da sua vida, já é exaltado, entronado como craque, rei, imperador e outras baboseiras e, pasmem, já é cogitado para integrar a “seleção” canarinho, penta campeã... Aí surgem os discutidos “Felipões” da vida, “salvadores” da pátria, a catar pernas-de-pau para compor o elenco da seleção de “ouro”. E tudo isso em detrimento dos demais esportes onde os atletas se desdobram para ter um preparo adequado na busca de medalhas para o País em eventos internacionais e mesmo locais. Eis que lhes falta proporcional assistência governamental e ainda lhes exigem medalhas.
Com o advento das copas futebolísticas, que excessivamente cobertas pela mídia, desvia-se facilmente a atenção de um povo dos seus problemas maiores e assim é que o Brasil tem sido insensatamente desgovernado.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
(Vejam também nos
endereços:
www.tvrussas.com.br e
www.tvjaguar.com.br, no jornal a Folha do Vale.)
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