(Convido-os para
ler com calma e atentos aos detalhes. Surpreendam-se com os abusos relatados
que são fruto de observações próprias e de inúmeras reclamações de clientes e usuários
que nos participam diariamente. Uma dura realidade que nem sempre nos damos conta.
Falamos de cátedra posto que lidamos com bancos há mais de 35 anos.)
Não nos reportaremos
especificamente a este ou aquele banco, como também não isentaremos nenhuma dessas
instituições. Todas padecem de graves desvirtuamentos e que sob “controle” de
um Banco Central do Brasil que, ao nosso entender, desatento aos anseios da
população e às suas próprias funções maiores, primordiais e que lhe são
inerentes, que seriam as de controle e fiscalização do sistema financeiro do
País. Isto é demonstrado nas diversas “quebras” e escândalos que o BACEN só
percebe após já serem de conhecimento público. Público que geralmente é o único
que arca com os prejuízos que decorrem. Atentem que os bancos “quebram”, os
banqueiros não.
Os bancos atuais
são apenas e tão somente máquinas de gerar lucros, inclusive os oficiais que
perderam a sua antiga função primordial que era a de fomentar a economia.
Mantinham-se agências mesmo deficitárias contanto que o seu papel social fosse
alcançado. Hoje, os gerentes e funcionários
vivem acossados com tantas cobranças de cumprimento de metas. A todo instante
são exigidos e que se desdobrem para alcança-las. Talvez decorra daí que os
bancos lideram o ranking de reclamações no PROCON. Primeiro lucro, depois lucro
e por fim clientes e usuários!
Quando nos
dirigimos a uma instituição financeira vários obstáculos e procedimentos
desfavoráveis, negativos se fazem perceber. Para se abrir uma conta, cujo valor
do deposito inicial é fixado por cada banco, temos que transportar dinheiro em
espécie ou cheques, o que hoje é um risco como sabemos, mas corremos os riscos,
faz parte. Eis que, se já no recinto das agências formos assaltados teremos que
enfrentar uma série de procedimentos burocráticos para tentarmos nos ressarcir
do que nos foi afanado mesmo sabendo-nos sob risco de morte, já que não somos
protegidos ao adentrar uma dessas instituições. Com todos os nossos documentos
- pois temos que provar que somos nós mesmos e que moramos onde afirmamos, isto
é, já não temos mais a credibilidade que pressupomos ter (embora até se
justifique como medida de segurança) - tentamos nos tornar um correntista de um
desses estabelecimentos bancários. Desfazemo-nos de tudo que é metal para não
sermos barrados nas questionáveis portas eletrônicas que em alguns lugares já
obrigatoriamente não mais existirão. Se portarmos algum metal decorrente de
implantações no corpo, ou chamamos o gerente que por ser nosso “amigo” autoriza
a entrada, ou teremos que nos despir ou desistimos do acesso. E os vigilantes
estão certos em cumprir o que lhes é determinado, isto é, não permitir em
determinadas condições. Supondo que consigamos o acesso, não façamos ou
recebamos ligações telefônicas no recinto. É proibido em nome da “segurança”.
Após os primeiros desconfortos nós que vamos entregar nosso suado dinheiro,
disponibilizando-o para o banco, maioria das vezes a custo zero (quando só se
guarda, não se aplica) dá-se início ao nosso martírio. Nem pensemos exercer uma
necessidade fisiológica, pois as agências não disponibilizam esse serviço à sua
clientela, independente do tempo que lá permaneçamos. Até que enfim chega a
nossa hora de atendimento. Maioria das vezes alguém nos atende sorrindo, após
um sonoro e agradável “Bom-dia, em que posso atendê-lo?...” Outras, ficamos alguns
minutos à espera de que o atendente desvie a cara do computador para então se
dirigir a nós, clientes (antigamente o que havia de mais importante para as
instituições financeiras). Não, não vamos supor que o atendente estava olhando
seu e-mail pessoal ou terminando aquele jogo de cartas ou mesmo se atualizando ao
visitar sites de jornais. Casos há em que o precário atendimento ocorre,
casualmente ou não, no período da TPM (feminina e até masculina se existisse)
desses funcionários (alguns) e que, por infelicidade nossa, caímos em suas
mãos. Após uma série de questionamentos e clicks – sempre de olho na telinha e
não nos NOSSOS olhos – somos aceitos e, enfim, abrimos nossas contas quando
entregamos nosso minguado dinheiro e somos orientados a vir receber um cartão
daqui a alguns dias; talão de cheques ainda não pode etc. Se nesse lapso
precisarmos retirar algum dinheiro, que nos dirijamos ao caixa, sacando contra
recibo e depois de enfrentarmos uma fila de senha e filas quilométricas nos
guichês; os bancos mesmo com lucros estratosféricos, não podem pagar caixas
para um melhor atendimento... Aliás, em bancos ninguém tem pressa; isto é
tradição, mesmo havendo lei recente que estipula o prazo de espera em filas de
bancos, sob pena de multas se ultrapassarem esse custoso período. Mas atentemos
que em alguns bancos as senhas não registram, propositadamente, a nossa hora de
chegada, e como então reclamar? Eis que existem “atendimentos prioritários” e
não usamos. Onde? Prioridade é prioridade e não se deveria deixar por
conta de um computador quando ele, previamente configurado, chamará nossa senha
em períodos agendados. Em outros casos simplesmente instituem guichês ou FILAS
(um absurdo!) para esse tipo de atendimento para os quais a lei federal
assegura sejam atendidos com prioridade, independente de FILAS. Por
óbvio não deve haver FILAS!!! Isto simplesmente não é observado por banco
nenhum. Somos tão prioritários que se
chega ao absurdo de em finais de semana, nos guichês para “atendimento
prioritário”, não haver disponibilidade de dinheiro.
Continuando o atendimento “especial” que
temos, ninguém afirma o dia exato da retirada do cartão eletrônico, faz-se uma previsão
(em torno de 15 dias). Cartão esse que para receber temos que nos sujeitar ao
mesmo protocolo: senha, fila e a boa vontade dos atendentes. Conseguimos (nem
imaginemos a bomba que está na nossas mãos, especial se for o famigerado Cartão
de Crédito - pelos juros estratosféricos extorquidos do usuário se descuidar no
uso). De princípio, rezemos para que não clonem antes mesmo de recebermos ou no
uso comum; para que não esqueçamos a senha e muito menos para que não o
percamos. Mas ainda temos que ir para a fila do autoatendimento validar o
cartão. Estamos quase conseguindo... Pronto,
realizamos nossos sonhos (e os dos banqueiros que debocham da nossa cara).
Sobre tudo o que fizemos até agora pagamos tarifas e continuaremos a pagar
eternamente, e tarifas altíssimas, escorchantes. Tarifas relativa à manutenção
da conta; pelo nosso talão de cheque; pelo nosso extrato; pelo nosso cartão...,
incontáveis tarifas de agora por diante. Tudo é PAGO! E não caiamos na asneira
de não ter saldo nos dias certos dos débitos programados ou porque em uma
emergência precisemos sacar um centavo a mais do nosso saldo disponível, extra
limite. Por essa aventura arriscada pagaremos, por cada saldo devedor gerado, o
Imposto sobre Operações financeiras – IOF, juros altíssimos e tarifa específica
como se tivéssemos contraído um empréstimo. Só isso!
Parou por aí?
Não gente! Para tudo agora teremos limites. Precisamos sacar um determinado
valor e temos que nos sujeitar aos limites diários e mensais para saques,
pagamentos e pagamentos agendados e transferências nos guichês de
autoatendimento e até nos “bankings” da vida. Saques acima de determinados
valores têm que ser avisados com 24 ou 48 horas de antecedência caso contrário
não retiraremos nosso dinheiro. E
atenção, muita atenção: Os guichês de autoatendimento terão REDUZIDOS os
volumes de cédulas, por questão de segurança. No linguajar popular as
cabeças pensantes dos escalões superiores dos bancos optam por uma providência
inócua, pueril, como se os ladrões soubessem a quantidade de cédulas existentes
quando impetram o crime de arrombamento. Isto nos faz lembrar o jargão: “Matam
a vaca por não terem competência para acabar os carrapatos.” Resulta que o que
não era suficiente, ficou assim pior para os honestos clientes e usuários. Os
governos, em todas as esferas, que por incompetente não nos garantem segurança como
preconiza a Constituição, e o povo é quem paga. Até para operações em casas
lotéricas, bancos 24 horas, e caixas eletrônicos e correspondentes no país impõem-nos
limites. Atentemos que tratamos do “nosso” dinheiro que deixamos graciosamente
para ser diluído aos poucos mediante débitos de tarifas de manutenção etc., e
para que os bancos lucrem abusivamente emprestando-o a terceiros quando não a
nós mesmos. Mas o dinheiro é nosso!, dirão alguns inocentes. Será mesmo? Quem
manda nele agora é a instituição financeira! Vejamos: Suponhamos que o cliente mantenha
R$. 2.100,00 de saldo na sua conta corrente. Para sacá-lo ele terá que
comparecer ao banco no mínimo por TRÊS vezes e ainda assim de acordo com o seu
limite, ou tentar os guichês internos (com senhas, filas etc.). Dependendo do
montante, terá que se submeter às exigências do COAF – Conselho de controle de
Atividades Financeiras (Vejam o link abaixo)
Falemos de
empréstimos. Suponhamos que em uma emergência ou para não perdermos um bom
negócio tenhamos que recorrer a um empréstimo rápido. É outro martírio. Senha,
fila, cadastro e sua tarifa e perda de tempo (e como perdemos tempo em bancos).
E olhe que vamos amargar os juros mais caros do mundo que esses governos
relapsos, incompetentes e mentirosos insistem em manter, quer para pessoa
física ou jurídica, além da tarifa de cadastro, do empréstimo, IOF etc. Nesse
ínterim, para aquela nossa conta onde deixamos “nosso” dinheiro depositado
(”guardado”) cobram-nos tudo o que já foi retro mencionado enquanto que, se
depositado em poupança ou outras aplicações, os bancos nos remuneram miseravelmente.
É o famigerado spread
bancário –
diferença entre o custo do dinheiro para as instituições financeiras (juros e
correções de poupanças e outras aplicações) e a taxa cobrada por elas ao
emprestá-lo aos seus clientes.
É..., mas o “nosso” dinheiro está
“guardado” e assegurado. Assegurado? Equivocamo-nos, mais uma vez! Só temos
garantido até determinados valores e, de acordo com a oscilação da economia do
país ou conveniências governamentais. Isto é: se o banco “quebrar” ou se o país
enfrentar outras situações contingenciais, poderemos PERDER o que ultrapassar os limites de
garantias governamentais e logo para os banqueiros, alguns dos quais corruptos
que continuarão impunes a zombar da nossa ingenuidade e alienação. Isto tudo
ocorre muitas vezes à falta de uma atenta vigilância de um Banco Central do
Brasil que parece ser o último a saber e também por negligência dos nossos distraídos
legisladores que nos deixam inseguros e desamparados.
Amigas e amigos,
não para por ai. Dando prosseguimento aos absurdos, os banqueiros foram
agraciados pelo governo de um ex-presidente populista (sabem quem?) com o
famigerado “Empréstimo Consignado” – aquela modalidade em que a prestação é
deduzida, compulsoriamente, na nossa folha de pagamento e que tem risco ZERO
para os bancos. Nada mais é que uma armadilha da qual nós nunca mais nos
desvencilharemos. E o povo, por necessitado, recorre inadvertidamente.
Nunca os bancos
ganharam tanto quanto agora. Tem mais, nunca pensemos em negociar as nossas
dívidas. Primeiro, porque a maioria, inclusive os bancos oficiais, terceirizou
o departamento de negociação e à eles e não ao banco temos que nos reportar e
ficar condicionados. Mesmo que não estejamos inadimplentes um só dia, ainda
assim nos proporão o pagamento em torno de 20% da dívida ou que ofereçamos um
bem em garantia para só assim abrir a renegociação. Repetimos: isto sem
estarmos inadimplentes um só dia, apenas tentando renegociar dívidas para melhor
acomodação. Isto é, não resolvem, apenas complicam e o “nosso” (que mentira!)
banco fica de fora da negociação. Resolvamos nós e a firma que terceirizada.
Deduzamos quem continua a levar vantagens...
Este é o retrato
fiel e deplorável, tirânico, do nosso sistema financeiro onde instituições se
locupletam e obtém, como nunca foi registrado em toda a história bancária,
lucros estratosféricos, maioria gerados de tarifas e não de juros decorrentes
de empréstimos que poderiam ser destinados à produção e indústria, gerando
empregos e riqueza como deveria ser prioritariamente. Percebamos que nos
últimos tempos temos instituições creditícias em cada esquina e com promessas
mirabolantes para enganar os alienados e otários - maior parte que nos tornaram.
Quem conheceu o “modus operandi” dos bancos de antigamente prefere-o à essa
modernidade onde o cidadão é preterido, uma peça descartável, no interesse de
um punhado de gananciosos, inclusive do Governo Federal que é o partícipe mais
inescrupuloso desse sistema de exploração. Um acinte! Nem uma só instituição civil
e comercial se mobiliza contra esses abusos e o povo padece desamparado. Mais
grave é que calamos servilmente acomodados; quanta passividade, quanta
frouxidão!
Senhores legisladores, impõem-se uma criteriosa revisão dos
procedimentos bancários a bem dos infelizes correntistas e usuários, pois
bancos, com essa atual conformação..., melhor não tê-los. Prestam um desserviço
à sociedade!
Cópias ao Senado e Câmara Federal.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
(Vejam também nos endereços:
www.tvrussas.com.br e www.tvjaguar.com.br, no
jornal a Folha do Vale.)
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