Reconheça-se a submissão do Poder Legislativo, em especial
do Senado, ao Poder Executivo que dita, impõe seus interesses de várias formas.
E isto ocorre há algum tempo e o fato não é negado por muitos dos integrantes
daquela Casa quando assim reconhecem, inclusive ao ocupar a Tribuna. É a mais contundente
demonstração de que não há independência entre os Poderes, e que não vivemos
sob um sistema político republicano, nem regime democrático. Isto sem
considerar o descrédito agravado perante a sociedade a quem deveria, por
ofício, prestar contas, atuar em função dos seus exclusivos interesses já que
para esse fim foram eleitos. A cada dia uma surpresa e em detrimento do povo.
Votar aos 16 anos é permitido – os políticos precisam de maior número de
votantes, mas reduzir a maioridade para punir delinquentes juvenis, muitos dos
quais reconhecidamente irrecuperáveis, verdadeiras bestas que sem qualquer
comedimento assaltam, estrupam, matam impiedosamente as suas vítimas sem
direito a defesa e saem ilesos posto que hipocritamente são considerados
“menores” apenas na ótica irreverente, deturpada e obscura dos nossos
imprudentes e submissos legisladores. Nem isso eles ponderam. Uma aberração
jurídica e que não se observa na maioria dos países ditos civilizados.
A Comissão de Justiça do Senado sob a nefasta inferência do
Poder Executivo que, segundo o líder do governo, Eduardo Braga: “O
governo entende que reduzir a maioridade penal pode trazer consequências
sociais tremendas para o país...” abre mais esse precedente, demonstrando-se
contrária aos anseios do povo e dá a sua mais forte contribuição para que o
caos social se agrave cada vez mais no País. Em enquete do próprio Senado,
78,9% dos que se manifestaram foram a favor da redução da maioridade penal e
apenas 21,1% são contrários. E a reação se dará e os episódios estão a ocorrer
e poderão encrudelecer. Chega de protecionismo inconsequente, já bastam as
incongruências do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente que prioriza
apenas direitos e não na mesma intensidade os deveres, carecendo de reforma
urgente!
Ainda é tempo de o Congresso rever seu posicionamento,
impor-se e mostrar a sua independência a bem do País e em respeito próprio!
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO
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