Aniversários, casamentos, festinhas de padroeiras, bingos, forrós, igrejas, restaurantes, supermercados, bancos, praias, shoppings, qualquer evento e lugar, e a qualquer hora, nada mais é permitido e não é porque haja abuso de quem os promove/frequenta, é porque a bandidagem não permite. Lá comparecem, rendem todos - idosos a crianças, sem distinção, agridem a coronhadas e, se vacilar, as fragilizadas vítimas serão impiedosamente alvejadas/mortas bestialmente. E nos perguntamos: onde estão as autoridades? Por que não dão a mínima assistência preventiva, mesmo que remunerada extra oficialmente, se assim permitido? Alega-se falta de contingente, aparelhamento ou outros motivos para atuarem de forma proativa. Entretanto, após cada ocorrência aparecem policiais acima do necessário e apenas coletam dados que resultam em nada em mais de 95% dos casos. Cerca de 50 mil brasileiros são assassinados anualmente e apenas 2% das ocorrências (incluindo-se outros crimes) chegam aos tribunais. O que mais ouvimos em todos os programas policiais é que “as buscas resultaram sem sucesso...”. Virou lugar-comum. Mais recente, no Ceará, foi noticiado que seriam instituídas “gratificações por desempenho...”. Isto é, aquele policial que mais bandidos capturar ganhará uma bonificação extra. Não seria mais racional e prático já pagar um salário condigno, posto que os policiais estão em constante risco de morte e por vezes são presas fáceis para a bandidagem? Aos assim mais bem remunerados então seria exigida a dedicação compatível e se lhes atribuiriam metas, sob pena de afastamento. No mercado de trabalho, qualquer que seja a profissão, quem não rende cede o lugar a outro profissional com maior dedicação e competência.
A sociedade está acuada, aterrorizada e nossos governantes e autoridades competentes, em todos os escalões, ou por negligência e insensibilidade, descuram dos seus deveres constitucionais e se demonstram, na sua incurável inépcia, incapazes de solucionar o grave problema da violência incontida que já alcançou proporções alarmantes. A Justiça, mesmo que na maioria dos casos se demonstre ineficaz, justamente pela leniência crônica da qual há muito tempo foi acometida (e ainda se mostra incapaz de resolver definitivamente esse empecilho), cumpre tão somente o que está estipulado nas leis do País que permitem uma infinidade de recursos protelatórios e protecionistas. Alia-se a tudo isso a passividade, acomodação e alheamento do nosso povo que não grita e exige, principalmente dos nossos acomodados legisladores (esses sim!, os maiores responsáveis) por leis mais rígidas e isentas dos benefícios aos quais estamos acostumados e que se demonstram ineficazes na ressocialização. Que desconsideremos escrúpulos religiosos e de órgãos ditos “protetores dos direitos humanos” porque parciais se demonstram já que atuam somente em defesa dos que delinquem e descuram de todas as vítimas decorrentes, posto que os danos sofridos não se restringem apenas ao agredido, alcançam parentes e amigos e por vezes toda uma comunidade já que todos perdemos e choramos por entes queridos vitimados. É uma cadeia de sofrimentos. A verdade é que estamos de mãos atadas e padecentes em decorrência da nossa própria incúria, acovardamento, temendo até falar a verdade, doa em quem doer - prerrogativa constitucional da livre expressão - e assim não exercemos nossa cidadania. O Papa na sua primeira fala de 2014 pediu ao mundo por menos violência; imitemo-lo, gritemos também, e unidos, por nós brasileiros!
hildebertoaquino@yahoo.com.br
Vejam também nos endereços: www.tvrussas.com.br e no jornal a Folha do Vale.
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