É curioso, quando não hilário, como tratamos as coisas sérias neste País. Há pouco tempo presenciamos a violência nos estádios que foi explorada de todas as formas e ninguém saiu punido. Logo ali que deveria se reservar para um único objetivo: lazer! Agora todos os olhos estão voltados para um único alvo que são os rolés (pequenos passeios) de iniciativa, no caso em evidência, de jovens menos abastados que se sentem preteridos, ou apenas por diversão à falta de opções. Alguns, os que defendem talvez porque inocentes lhes pareçam tais manifestações, ou até por interesses politiqueiros, sim senhor!, já que a hora é propícia e de cautela para se exigir “medidas mais duras”..., nem pensar! Outros são radicalmente contra por se sentirem agredidos na sua “privacidade” e propriedade. E há os que mais ponderados não são contra, apenas não os aceitam quando esses rolés são desvirtuados e canalizados para a violência; e esses nos parecem os mais coerentes.
Ninguém pode impedir que nos desloquemos posto que nos é assegurado, constitucionalmente, o livre direito de ir e vir, independente de qual classe social façamos parte. E, nos termos do Art. 5º,Inc. XVI: “- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso a autoridade competente.” Nada mais!
Se amparados pela Constituição Federal o que nos deixa intrigado é que com a capacidade de mobilização, via “redes sociais”, que esses jovens dispõem os mesmos que dizem clamar por seus direitos não se voltam para reivindicar algo mais edificante ou espaços que as autoridades não lhes reservaram até então. Quando será que irão convocar a “galera” para dar rolés, sempre que julgarem oportuno e sistematicamente, sem baderna, civilizadamente, em frente ao Palácio do Planalto, Senado, Câmara Federal, Assembleias, Palácios de Governos, Prefeituras e lá pugnar, gritar em alto e bom som, por melhorias radicais em setores periclitantes como Saúde, Segurança, Educação, Habitação, Infraestrutura e outros mais que estão, estes sim!, padecentes da incúria crônica dos nossos governantes? Ou será porque esses incipientes “revolucionários progressistas” se tornaram também omissos crônicos e se calam ao que há de mais grave neste País e assim passam a olhar apenas e egoisticamente para si? Por quê?
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br
Vejam
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