Por onde andam nossos beija-flores? Não recordamos quando os
vimos pela última vez..., faz tempo. Ágeis, com movimentos exclusivos como o de
voar para trás, de raríssimas penugens, um dos mais belos exemplares da
natureza. Por tão coloridos parecem com os nossos tabletes, smartphones, mas
com uma sutil diferença: eles têm vida, não são áridos, estáticos, sem calor
que só peculiar aos seres vivos. São verdadeiras organizações de células que
nascem, promovem a vida e morrem. Possuem DNA e são capazes de se reproduzir,
gerar entes semelhantes. Agem com independência e para se mostrar não precisam
de estímulos. Sem que ninguém lhes recomende sobre preservação do meio
ambiente, em especial das florestas, eles as plantam e revitalizam com
maestria, todos os dias, ao polinizar e gerar mais vidas, apenas com os seus
bicos que nos parecem frágeis, mas que são instrumentos de promoção de vidas e
sustentáculos de milhões de seres, com efeitos extremamente benéficos a nós
seres humanos, “donos” do planeta... Nós, que nem sempre construímos algo
edificante e, ultimamente, sequer reconhecemos os seres que verdadeiros
construtores da humanidade, os mais dignos merecedores de nosso preito. Mas por
que desapareceram, será só por causa do “Nim” (planta indiana introduzida no
Brasil a qual atribuem efeitos maléficos ao nosso bioma) ou porque devastamos e
poluímos em demasia, ou talvez porque não temos mais razões para deles nos
importar? Não sabemos se aos atuais observadores da natureza (se ainda existem)
se lhes é permitido distinguir uma espécie nobre quanto essa nem que pra isso
sejam forçados a despregar os seus olhos já secos, já avermelhados por tempo
demasiado de fixações nas telas dos seus tabletes, smartphones e outras peças
sedutoras, cativantes, escravizadoras que o mundo moderníssimo nos brindou. Um
levantar de olhos para contemplar a natureza que nos rodeia parece-nos mais
difícil do que o manuseio dessas peças complexas, intrigantes, embora úteis se
comedidamente usadas. Será que o Einstein tinha razão ao afirmar (ou quase
isso): “Temo o dia em que a tecnologia ultrapasse a interação humana. O mundo terá uma geração de idiotas – Albert Einstein.” Será?
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO
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