Do agradabilíssimo convívio com os colegas de faculdade e também
do período de pós graduação (quase seis anos no total), sendo todos os
companheiros afetos a área de Educação - entre eles alguns competentes integrantes
da respectiva secretaria e a outra parte constituída de membros do corpo
docente das nossas escolas públicas – familiarizamo-nos com alguns dos procedimentos
da área educacional, mesmo porque é a nossa formação acadêmica, a possível. Também
nos habituamos com os sistemáticos elogios à educação russana. Prêmios eram
sempre comentados e com destaque pela imprensa local, de todas as tendências.
Escola tal foi agraciada com essa e aquela honraria em razão do seu elevado
desempenho etc. E daí decorriam os enaltecimentos aos diretores e corpo docente
– esses sim!, sempre dignos merecedores da honraria, não restam dúvidas. E
isto, em especial para quem lida com o assunto, é motivo de orgulho, justíssimo
orgulho. A Educação, se bem conduzida, é a chave que abre as portas de todas
profissões e educar é a mais digna das profissões. A essa conjuntura nos
acostumamos e qualquer assunto pertinente nos desperta a curiosidade, mesmo sem
sermos expert na área educacional, especialmente por não termos vivência
prática nessa atividade já que nunca ministramos aulas.
Foi quando em uma dessas indiscrições nossa que casualmente
acessamos o site http://educarparacrescer.abril.com.br/nota-da-escola/
Lá está: “QUAL A NOTA DA ESCOLA DO SEU
FILHO?” Consta ainda a subdivisão que vai de 1º. ao 5º. ano e do 6º. ao 9º.
ano. Análise que abrange todo Brasil e que classifica como Escola de Qualidade
aquelas que atingem a nota 6 (SEIS) em uma escala de 1 a 10. Qual foi a nossa
surpresa, digo até relativa decepção, ao constatar a desagradável REALIDADE; a
realidade das escolas públicas russanas. Pasmem: Apenas uma alcançou 6,2
(Margarida Maria Martins (foto), dirigida pela competente diretora Sulamita e
sua dedicada equipe). As demais das constantes da lista, não atingiram a nota
ideal, pelo contrário, há notas baixíssimas, até 3. A absoluta maioria ficou entre
3, 4 e 5.
O IDEB – Índice de
Desenvolvimento da Educação é um
indicador do MEC para medir a qualidade do ensino nos municípios, nos estados e
nas escolas públicas do Brasil. Essa apuração é feita a cada dois anos. A meta
estabelecida é que todas obtenham nota igual ou superior a 6 até 2022. Será?
Com quem então está a verdade?
Não basta afirmar que esse ou aquele administrador do município ou secretário fizeram
ou fazem isso e aquilo pela Educação. Os resultados são preocupantes e exprimem
uma realidade adversa contra a qual a sociedade russana precisa reagir. Remunerar
relativamente bem ao pagar o piso salarial aos professores é de obrigação, não
é mérito algum posto que é apenas o dar cumprimento à Lei, sem favores! (É que
estamos tão mal acostumados com migalhas que mesmo aquilo a que temos direito,
constitucionalmente ou estabelecido em lei federal, quando nos concedem ficamos
agradecidos e exaltamos imerecidamente os políticos ou responsáveis que assim lamentavelmente
procedem.)
É hora de acordar, dignar-se e
indignar-se contra os desvirtuamentos e abusos, deixar de baixar a cabeça e
lutar pelos seus direitos e dos seus filhos assegurados na Constituição. Não
precisamos ser uma Finlândia (país número 1 no mundo em Educação), porém é hora
de, unidos, tentar resolver essa indesejável situação repensando a Educação
russana objetivamente e já. Entre outras providências, por exemplo, que não sejam
promovidos, a qualquer custo, os que não têm mérito e apenas para atingir
estatísticas, como tem sido a cobrança junto aos nossos educadores. Isto é um
crime com consequências seríssimas para os jovens em futuro próximo. Eles não
estarão capacitados para enfrentar a concorrência cada vez mais acirrada onde
só os mais capacitados logram êxito e melhor se colocam.
Eduquemos com qualidade, pois é a
mais nobre missão dos que envolvidos nessa área, o maior legado aos jovens cidadãos.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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