O caso Bruno - o somente
goleiro e que acusado como principal responsável pelo crime de extrema
violência contra Eliza Samudio, sua ex-companheira, aquele que negou
peremptoriamente sequer saber do crime, mas que, de última hora, orientado
pelos seus advogados com propósito apenas de ter a pena diminuída, resolve
confessar - é o que de mais aberrante em termos jurídicos que testemunhamos.
“Matem e basta assumir que a Justiça embasada nos equívocos da lei e astucia de
advogados garantem a impunidade!” Um artifício deplorável usado pela defesa e
que deu certo e que seguramente se repetirá para outros brutais assassinos.
Ainda que saibamos ser de ofício dos defensores, paira aquele questionamento: É
humano? É ético? Justifica-se o vale tudo? Não se trata de pugnar para, mesmo
reconhecendo a autoria do crime praticado pelo assistido, amenizar a pena, mas,
artificiosamente, criar situações que confundam o corpo de jurados e de se conseguir
o intento – livrar o bandido a qualquer custo e que se danem as vítimas, parentes
e amigos que restarem. Ninguém pondera a dor e angústia da mãe e demais
familiares e amigos.
Testemunhar a “condenação”
dos réus com o abrandamento de penas - quase total impunidade de assassinos
confessos - é outro afrontamento à dignidade, nova punhalada e desta vez
legalizada e por conta dos que deveriam pugnar pelo resguardo da população que
já acuada e aviltada. É como se fosse o “normal” e a predestinação de uma
sociedade que ultrajada. passiva e acovardada aceita, não esboça reação, apenas
assimila constrangida e vendo a sua dignidade afrontada, mais uma vez,
repetidas vezes. A incongruência de ser condenado por 22 anos e 3 meses – ainda
pouco - e saber que cumprirá apenas parte da pena (2 anos e 11 meses) em regime
fechado e logo estará em regime semiaberto é uma aberração jurídica, intolerável!
A descarada explicação de alguns juristas é que o apenamento tem,
prioritariamente, “caráter terapêutico” visando a ressocialização e não apenas o
sentido punitivo. E como ficam os que vitimados para o resto de suas vidas? Quando
serão consolados? Nunca! Que se cumpram todas as penas e na sua integralidade,
sem benefícios tais como abrandamento por confissão, progressão de pena por
“bom comportamento” e outros desvirtuamentos que só concebidos em mentes insensíveis,
doentias, inconscientes dos nossos legisladores – políticos. Não, não creio
mais na Justiça nem nos políticos quanto mais quando vejo até que ponto eles
descuram da população ao permitir-lhes tamanhas anomalias justamente contra os
ditos cidadãos de bem.
Pressupomos que Mizael, acusado
do brutal assassinato de Mércia e que será julgado em breve, já se sinta
confortável porquanto certo de que a decisão lhe será favorável, basta que use
do mesmo artifício que o Bruno usou e mais uma vez a impunidade, vergonhosa e
acintosamente, triunfará. Danem-se a incúria dos nossos inaptos legisladores e
os escrúpulos de quem os observa às cegas e insensivelmente!
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
(Encontrem o texto também nos
endereços: www.tvrussas.com.br e www.tvjaguar.com.br; no
jornal a Folha do Vale e http://betelfmrussas.com/.)
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