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terça-feira, 13 de setembro de 2011

ÁGUA EM RUSSAS




Recordamo-nos de quando no exercício da supervisão do Setor de Operações do Banco do Brasil, agência em Russas, tivemos o prazer de trabalhar ao lado de Mário Akutsu, de procedência japonesa, altamente graduado, detentor de competente currículo em sua área de atuação (agronomia) e que prestava serviço a agência local. Quando íamos visitar imóveis rurais às margens dos rios ele sempre frisava, admirado e inconformado: “Amigo, eu não entendo como é que vocês desperdiçam tanta água quanto aqui. Lá no Japão, como em outros inúmeros países, lidamos com a escassez desse líquido precioso e esse procedimento seria considerado um crime.” Mal sabia o colega que aqui também continuamos a ter desperdício e escassez, não por falta do produto que continua a jorrar em relativa abundância, mas sim por mau gerenciamento desse bem precioso e indispensável à humanidade. Por incompetência aliada ao relapso dos que administram o seu fornecimento ou da administração pública que é complacente com essa situação. Um crime, sim senhor, mas que por aqui não se pune como em outros países conscientes. É uma questão de saber, ter a consciência para gerir essa riqueza desperdiçada. A água já é de suma importância para humanidade e, afirmam os estudiosos, será o bem mais importante e pelo qual serão deflagradas guerras para a sua obtenção e domínio. Por aqui desperdiçamos, ingênua e desrespeitosamente.
Diariamente o que mais ouvimos da parte de populares nos veículos de comunicação locais - que tornados único esteio e voz dessa população sofrida - são reclamações e o principal motivo: falta de água ou algo inerente. Grande parte dos usuários, em especial a menos privilegiada, compra água em botijões não adequadamente higienizados quando a rede de água da companhia passa à sua porta. Hoje, mesmo com uma companhia (CAGECE) que afirma e garante fornecer um produto tratado e de boa qualidade – água potável - ainda assim muitos são forçados a consumir águas provindas de processos de dessalinizações nem sempre saudáveis, diria até mesmo não tão confiáveis. Ainda mais sujeitos a todo instante a ficar sem provimento por defeitos ocorridos nos equipamentos (dessalinizadores) que servem mais para promover políticos de que ao próprio fornecimento de água. Ademais, a manutenção dos mesmos tem um custo elevadíssimo. Enquanto isso, chega-se às raias da inconsequência de não serem completadas ligações da rede principal para as residências dado o elevado custo das mesmas e que é imputado ao usuário. A quem de direito caberia o ônus dessa providência? À CAGECE ou ao Poder Público? Pouco importa, a ambos! A população é que não pode padecer por isso e arcar com as despesas. Tratamos de fornecimento de bens essenciais e de competência constitucional do Poder Público.
Curioso ainda é que rios perenes da nossa Região Jaguaribana – Banabuiú e Jaguaribe – além de terem maior parte das suas águas desperdiçadas quando escoam sem aproveitamento para o mar, ainda municiam canais de irrigação para abastecer Fortaleza e cidades da zona metropolitana, enquanto os municípios por onde passam ficam à mercê de uma série de fatores para ter um adequado e indispensável abastecimento. E não têm! Isto é vergonhoso! Isso é uma desfeita! Isto é assinar um atestado de incompetência e negligencia para com a população que sofre à falta de providências mais enérgicas dos que têm competência e OBRIGAÇÃO de zelar pelo bem-estar da população, mas não o fazem, negligenciam, são inaptos. Em época de eleições muitos sobem aos palanques e prometem sempre o que não cumprem e o povo, mais uma vez iludido e também por imprudente, elege e reelege os mesmos maus políticos.
Por que o Poder Executivo não age com firmeza na adoção de medidas objetivando uma efetiva e definitiva melhoria desses serviços? Por que a Câmara Municipal não cobra mais contundentemente providências eficazes, inclusive denunciando os responsáveis junto à Justiça procurando enquadrá-los por má gestão do bem público, no estrito cumprimento do seu dever e das promessas também feitas quando os nobres Vereadores pretendiam ser eleitos? Todos calam lenientes ou omissos. O povo que se dane, pois a próxima eleição vem por aí e o povo esquece facilmente!
Cópias: Pode Executivo, Legislativo, Promotoria, CAGECE e Imprensa local.

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

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