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sábado, 2 de abril de 2016

NEGLIGENCIO EDUCACIONAL



Quem afirme que Educação é o melhor caminho, a porta de todas as profissões, até a salvação de um País está coberto de razão. Mas será que está ciente, tem um mínimo de noção de como estão estruturadas nossas escolas - desde a parte física onde se observam cadeiras quebradas, ventilação e iluminação inadequadas, enfim, precariamente montadas, quanto negligenciadas pela autoridade pública?
Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil tem o segundo maior número de estudantes com baixa performance em matemática básica, ciências e leitura, em uma lista de 64 países de todo o mundo. Atesta-se que 1,1 de brasileiros dos 12,9 milhões de estudantes com 15 anos de idade não têm capacidades elementares para compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e ciências. Nossos currículos estão replenos de inutilidades (50% são plenamente descartáveis sem prejuízos de um ensino que se qualifique como de melhor qualidade).  Sobre diferença de desempenho entre estudantes de classes sociais altas e baixas o Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo. Quem adentra salas de aula muitas vezes se depara com lotações bem acima do racional. Sistematicamente estão compostas com cerca de 30, podendo, em alguns casos, ultrapassar o número de 50 educandos empilhados precária e desumanamente. As inábeis autoridades da área educacional já pararam para refletir se isto é coerente, producente e se deve continuar indefinidamente? Como professores, mesmo que bem formados e abnegados que se demonstrem (e o são) poderão conseguir administrar esses ambientes que replenos de seres das mais variadas índoles, de estruturas sociais e econômicas díspares e dali cumprirem, terem êxito, na sua missão que não é apenas a de transmitir disciplinas como também a de formar cidadãos? Atentemos que com a violência que grassa País afora, essa também é refletida em salas de aula e, muitas vezes, alunos e professores são vitimados (ameaças e agressões físicas e hoje até assaltos em plena sala de aula já são noticiados). Atentem mais ainda que para tentar apaziguar os ânimos cada vez mais acirrados nesses ambientes, nossas escolas não contam com profissionais qualificados - especificamente na área de psicologia - que imprescindíveis nesses espaços para minimizar os traumas que decorrem. Nem autoridades e nem um sequer hipotético defensor da área educacional atenta para esses detalhes. E todo esse controle, esse pesado encargo, essa árdua missão recai exclusivamente em cima de professores que muitas vezes sequer são reconhecidos e continuam explorados. Muitos pais, em decorrência de situações adversas ou até mesmo por negligência e irresponsabilidade, simplesmente descarregam seus filhos nas escolas no intuito de se livrar das suas obrigações paterno social.                                  
Essa é a “Pátria Educadora” que, de forma leviana e inconsequente, políticos nos vendem. Nossa expectativa é que, no pleno exercício de nossa já tão aviltada cidadania continuemos atentos, ousemos e pugnemos, incansavelmente, até que consigamos despertar nas autoridades comprometidas, mas que até então negligentes que se demonstram, a consciência plena dessa atroz realidade para que esses se dignem dar a primazia cabida à nossa Educação antes que tardiamente!
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
Leiam também nos endereços: 
www.tvrussas.com.br, no Jornal Folha do Vale (Limoeiro do Norte-CE) e Jornal Gazeta de Notícias (Crato-CE).

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