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domingo, 11 de agosto de 2013

CÂMARA MUNICIPAL DE RUSSAS



É incômoda a situação da nossa Câmara Municipal. Não entramos no mérito comportamental de vereadores individualmente, ou de grupos – situação e oposição - pelos quais nutrimos respeito. Tratamos de uma Câmara – Órgão do poder Legislativo, independente, constituído pelo corpo de vereadores que administra o município a ter como propósito capital e primordial guardar os interesses da população. A esse poder cabe, prioritariamente, a função legislativa e fiscalizadora em prol dos interesses exclusivos da coletividade que os elegeu para essa árdua e nobre missão. Não deveria, portanto, sob qualquer pretexto, sujeitar-se a vínculos de submissão ao poder Executivo. Se as proposições emanadas do Executivo, ou de qual parte proceda, e forem ao encontro dos interesses dos munícipes, que sejam aprovadas sem mais delongas. Caso contrário, que sejam rejeitadas sumariamente. E é na independência dos poderes convergindo para o interesse público que se fundamenta a Democracia.
Mas, diante dos conflitos internos (que não interessam a população!), constatam-se indícios de politicagem  (Política praticada para atender interesses particulares ou mesquinhos, individuais ou de grupos) e são constantes na nossa Câmara Municipal, infelizmente. Uma guerrinha injustificada que por vezes extrapola qualquer noção de civilidade quando se constatam agressões mútuas, pessoais e não funcionais (como convém), e no que redunda no descrédito de alguns dos seus membros diante dos eleitores e demais cidadãos. Quando pensamos que tudo se encaminharia em prol de Russas, ocorrências politiqueiras ressurgem, em fragrante desrespeito ao regimento interno e que decepcionam, causam indignação e repercutem mal em nossa sociedade. Gostaríamos de ver o empenho individual, um grito de força uníssono e coeso dos Excelentíssimos Vereadores apenas quando pugnassem por benefícios e mesmo em criticas e cobranças, fundamentadas, desde que no interesse exclusivo da Comunidade. Mas eis que as ocorrências negativas são repetidas a cada instante enquanto os nossos problemas mais relevantes como o caos instalado na Saúde municipal; Educação (atraso na instalação do Campus da Universidade); a poluição decorrente de lixões e de chaminés que inexplicavelmente são mantidos em zona urbana em detrimento da saúde do povo; ocupações de calçadas por toda sorte de obstáculos; animais à solta com sérios riscos para saúde de todos; incômodos pelos excessos sonoros – pessoais/profissionais e oficiais (em festas); abusos de todas as formas e desrespeito às leis de trânsito por motoristas e motoqueiros (habilitados ou não, inclusive profissionais); insegurança que se alastra por cada recanto do Município, mas tudo isto parece não comover alguns dos nossos representantes e assim os problemas reais ficam relegados a segundo plano. Prevalecem os interesses particulares e, ao que se demonstra, sob o jugo e ingerência do Executivo que naturalmente faz o seu jogo. Sugerem-nos que diligências positivas em busca de melhorias e prosperidade de Russas ou direcionados a minimizar os efeitos negativos inerentes a administração do Município são irrelevantes ou passam desapercebidos.
Alguns edis extrapolam quando sem motivos eticamente justificáveis constrangem até os próprios colegas das mesmas agremiações partidárias - como no caso recente do vereador que pediu licença e, inexplicavelmente, mudou de ideia reassumindo sob a aquiescência da presidência e, ao que se comenta, ao arrepio do Regimento, o que provocou manifestações contestadoras. Um despropósito! De boa prática caberia às instituições as quais pertencem – Câmara e Partido - ultimarem imediatas providências no sentido de punir, legalmente, aqueles que feriram os princípios éticos e regimentares dessas instituições.
E assim, para a decepção coletiva, alguns cedem ao jogo e jugo de quem acha que pode mais em função da fragilidade da outra parte que, mesmo em maioria, não se impõe (Executivo e Legislativo, respectivamente) e, por isso, um poder manda e desmanda como bem quer e a população russana que arque com as consequências.  
Mas será que o eleitor não sabia em quem estava votando? Será?

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

(Vejam também nos endereços: 

www.tvrussas.com.br, www.tvjaguar.com.br e no jornal a Folha do Vale.)

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