É incômoda a situação da nossa Câmara Municipal.
Não entramos no mérito comportamental de vereadores individualmente, ou de
grupos – situação e oposição - pelos quais nutrimos respeito. Tratamos de uma
Câmara – Órgão do poder Legislativo, independente, constituído pelo corpo de
vereadores que administra o município a ter como propósito capital e primordial
guardar os interesses da população. A esse poder cabe, prioritariamente, a
função legislativa e fiscalizadora em prol dos interesses exclusivos da
coletividade que os elegeu para essa árdua e nobre missão. Não deveria,
portanto, sob qualquer pretexto, sujeitar-se a vínculos de submissão ao poder
Executivo. Se as proposições emanadas do Executivo, ou de qual parte proceda, e
forem ao encontro dos interesses dos munícipes, que sejam aprovadas sem mais
delongas. Caso contrário, que sejam rejeitadas sumariamente. E é na
independência dos poderes convergindo para o interesse público que se
fundamenta a Democracia.
Mas, diante dos conflitos internos (que não
interessam a população!), constatam-se indícios de politicagem (Política praticada para atender interesses
particulares ou mesquinhos, individuais ou de grupos) e são constantes na nossa
Câmara Municipal, infelizmente. Uma guerrinha injustificada que por vezes
extrapola qualquer noção de civilidade quando se constatam agressões mútuas,
pessoais e não funcionais (como convém), e no que redunda no descrédito de
alguns dos seus membros diante dos eleitores e demais cidadãos. Quando pensamos
que tudo se encaminharia em prol de Russas, ocorrências politiqueiras
ressurgem, em fragrante desrespeito ao regimento interno e que decepcionam,
causam indignação e repercutem mal em nossa sociedade. Gostaríamos de ver o
empenho individual, um grito de força uníssono e coeso dos Excelentíssimos Vereadores
apenas quando pugnassem por benefícios e mesmo em criticas e cobranças,
fundamentadas, desde que no interesse exclusivo da Comunidade. Mas eis que as
ocorrências negativas são repetidas a cada instante enquanto os nossos
problemas mais relevantes como o caos instalado na Saúde municipal; Educação
(atraso na instalação do Campus da Universidade); a poluição decorrente de
lixões e de chaminés que inexplicavelmente são mantidos em zona urbana em
detrimento da saúde do povo; ocupações de calçadas por toda sorte de
obstáculos; animais à solta com sérios riscos para saúde de todos; incômodos
pelos excessos sonoros – pessoais/profissionais e oficiais (em festas); abusos
de todas as formas e desrespeito às leis de trânsito por motoristas e
motoqueiros (habilitados ou não, inclusive profissionais); insegurança que se
alastra por cada recanto do Município, mas tudo isto parece não comover alguns
dos nossos representantes e assim os problemas reais ficam relegados a segundo
plano. Prevalecem os interesses particulares e, ao que se demonstra, sob o jugo
e ingerência do Executivo que naturalmente faz o seu jogo. Sugerem-nos que
diligências positivas em busca de melhorias e prosperidade de Russas ou
direcionados a minimizar os efeitos negativos inerentes a administração do
Município são irrelevantes ou passam desapercebidos.
Alguns edis extrapolam quando sem motivos eticamente
justificáveis constrangem até os próprios colegas das mesmas agremiações
partidárias - como no caso recente do vereador que pediu licença e,
inexplicavelmente, mudou de ideia reassumindo sob a aquiescência da presidência
e, ao que se comenta, ao arrepio do Regimento, o que provocou manifestações contestadoras.
Um despropósito! De boa prática caberia às instituições as quais pertencem –
Câmara e Partido - ultimarem imediatas providências no sentido de punir,
legalmente, aqueles que feriram os princípios éticos e regimentares dessas
instituições.
E assim, para a decepção coletiva, alguns cedem ao
jogo e jugo de quem acha que pode mais em função da fragilidade da outra parte
que, mesmo em maioria, não se impõe (Executivo e Legislativo, respectivamente)
e, por isso, um poder manda e desmanda como bem quer e a população russana que arque
com as consequências.
Mas será que o eleitor não sabia em quem estava
votando? Será?
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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