E se a Excelentíssima Presidente Dilma Rousseff, em uma atitude de
altivez, sensatez até, deliberasse por renunciar? Surpresa geral, um
despropósito ou o articulista, ao cogitar disso, estaria cometendo um
sacrilégio? Não, não e não! Por muito menos alguém renunciou, alguns até para
fugir da cassação e que hoje ocupam posições privilegiadas no cenário político
do País. Ademais, não há demérito algum nessa atitude já que até papas
renunciam e são exaltados. A nossa Presidente tem razões de sobra, mas coragem
para tal atitude - abdicar do poder - é que o talvez lhe falte ou, pressionada,
não a permitem. O fato é que a herança (bomba!) estourou no colo da Presidente.
Notemos que havia uma incongruência descomunal com relação aos índices de sua
popularidade e os clamores das ruas. As frases explícitas nas faixas e cartazes
exibidos nas recentes manifestações populares, país afora, contraditavam com o
Brasil que sua Excelência prega e o que é a nossa insustentável realidade. As
vaias que a inibiram até de comparecer aos estádios refletem o somatório das
nossas indignações por todas as penúrias das quais padecemos. Daí o
inconformismo incontido das massas de todos os níveis socioeconômico, cultural,
étnico e regional. É quase uma unanimidade nacional. Será que toda unanimidade
é burra? Não cremos!
Afirmam que a Presidente não consegue dialogar mais comodamente com os
subordinados e até com auxiliares diretos - os que a cercam ou a influenciam
politicamente, inclusive Lula, seu criador. Não ouve, apenas manda e quer (quer)
ser atendida e nem sempre consegue. Ela não tem o apoio político irrestrito e indispensável
da sua base no Congresso. Inúmeras vezes ficou desamparada e teve que negociar
e ceder para conseguir o seu intento. Comenta-se também que não está sendo bem
aceita inclusive por uma ala do PT - partido que a alçou ao poder.
Enquanto o Brasil clama por segurança, por uma saúde mais humanizada,
por uma educação de qualidade, por estradas, ferrovias, por melhor transporte
público, por obras de infraestrutura indispensáveis ao desenvolvimento do País,
o governo Dilma, dando sequência ao do seu antecessor, limita-se à criação de programas
assistencialistas e outras inconsequências como: Bolsas de todos os tipos que
viciam; empréstimos compulsórios que locupletam apenas banqueiros que operam
com risco zero enquanto endividam irreparavelmente os incautos tomadores; libera
vultosos empréstimos ou cogita de perdões de dívidas de países governados por
ditadores que mantêm polpudas contas no exterior enquanto seu povo vive na
miséria absoluta; direciona verbas para obras faraônicas (estádios) enquanto
descura das prioridades maiores do País; mantém uma economia estagnada onde se demonstra
impotente para controlar uma inflação que já corrompe salários e preocupa; negligencia os aposentados; não inicia nenhuma das reformas indispensáveis ao País; insiste
em promessas que nunca ou só em parte são concretizadas e outra série de desmazelos
que por si e aos olhos dos mais atentos já inviabilizam o seu governo.
O quê afinal a detém no poder? Uma ilusória perspectiva de reeleição,
mormente agora com a sua vertiginosa desaprovação? Será que julga que o nosso
povo é tão inconsequente e está a tal ponto imbecilizado que não percebe a
crítica situação que atravessamos – talvez a mais severa de toda a nossa
história, haja vista o furor das manifestações? Renunciar seria a sua mais acertada
iniciativa e enquanto o resto da sua “popularidade” ainda se mantém (não
sabemos por quanto tempo) relativamente favorável.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
(Vejam também nos endereços:
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jornal a Folha do Vale.)
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