Analistas de todos os gêneros e tendências tentam interpretar (à sua
maneira) as manifestações populares ocorridas em nosso País, embora nos pareçam
óbvias, mas que apenas contidas pelo caráter pacífico, quase negligente, do
brasileiro - o mesmo que quando quer de repente acorda, vai às ruas, explode,
demonstra civilidade ao exteriorizar seus sentimentos de indignação contra tudo
e todos os desmandos que vivenciamos e que permanecem sem resposta da parte de
nossas relapsas autoridades. Tornou-se insuportável tanto descaso, tamanha
apatia observadas com relação aos que têm por obrigação zelar pelo bem público,
em todas os escalões do Poder, mas que, criminosa e impunimente, negligenciam.
E aqui ninguém é inocente. Políticos - os mais relapsos e a classe onde se
encontra grande número de corruptos, como se noticia - permanecem indolentes...
um Congresso vazio. Temos uma Justiça que além de sua crônica, assumida e
injustificada lerdeza (altamente nociva ao nosso povo) é relativamente
conivente com tudo o que de ruim que agrava a nossa sociedade, na medida em que
reluta ou adia punições contra os que conspiram, sistematicamente, contra o povo.
Da empáfia aliada à inépcia e lassidão do Executivo, cansamo-nos todos. E não
adianta querer imputar culpa maior aos considerados “baderneiros” pela
exclusividade dos atos violentos tão bem (dentro das suas conveniências ideológicas
e empresariais) explorados pela mídia. Policiais também agrediram, mesmo que
sob ordens.
É oportuno lembrar que os gritos de descontentamentos dos brasileiros
são similares aos que nos habituamos presenciar nas TVs de todo o mundo. Há
pouco dias foram os jovens “baderneiros” suecos que depredaram em Estocolmo,
capital da Suécia - país de primeiríssimo mundo. Lá também o povo externa
reações de inconformismo equiparadas as que aqui presenciamos. E não fica
restrito somente à Suécia. No mundo todo testemunhamos essa prática e talvez
por muito menos do que padecemos aqui no Brasil. Se nossos analistas e
autoridades (políticos em especial) não encontram as razões para as
manifestações e até para os “excessos”, temos sim! e sobejamente. O que lhes
falta é argúcia para interpretar o grito das ruas aliada à falta de determinação
política para diligenciar providências corretivas com a oportunidade que se impõem, mas que não as adotam,
injustificadamente.
Enquanto isso, a Excelentíssima Presidente Dilma Rousseff, atônita e
talvez sob influência, surpreende-nos ainda mais ao sugerir até plebiscito para
uma constituinte e assim proceder a abusivamente protelada “Reforma Política”
(pendente no Congresso há mais de 20 anos), quando poderia agir com mais eficácia
ao sugeri-la, se realmente imprescindível, mediante um Projeto de Emenda
Constitucional. E quem nos assegura que a tal reforma, que seria feita pelos
mesmos políticos e em procedimentos corporativistas, resolveria os problemas do
País? Não cremos! Atentemos mais que em 21 de junho de 2013, no pico da crise,
a Presidente homologou a lei 12.830/13 - o que anteciparia a PEC 37 e concentraria
o poder de investigação na polícia, praticamente alijando o Ministério Público
dessa incumbência. Tentativa inócua já que a PEC foi derrubada já em 26. Infere-se,
por conseguinte, o real propósito dessa lei que seria o de criar um instrumento
facilitador que poderia beneficiar e facilitar ações de corruptos - conhecidos
e os demais futuros pretendentes que ousassem. Chega de paliativos que se
tornam atos meramente protelatórios e basta de promessas sobre promessas que
nunca se concretizam. Não dá mais! O Povo quer atitudes firmes, concretas,
eficazes e oportunas.
Aos pacifistas e “baderneiros”
circunstanciais, que não paremos por aqui. Demos apenas um grande passo e devemos
prosseguir nesse ato de CIDADANIA sempre
que oportuno, porque só assim eles entenderão o clamor do povo – meu, seu, de
todos nós!
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
(Vejam também nos endereços:
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jornal a Folha do Vale.)