É certo que o vício em jogo acarreta sérias consequências psíquico
sociais para os viciados, familiares e para a sociedade. Muitos,
incontrolavelmente, desfazem-se de todos os seus bens para tentar a sorte que raramente
chega.
Do ponto de vista da legalidade é procedente que o “Jogo do
Bicho”, “Bingos”, “Rifas” etc. são contravenções e que as autoridades fingem
tentar impedi-las e sobre os quais os legisladores não se definem. Porém, o
mais concreto ainda é o abuso com a jogatina patrocinada pelo Governo. Temos
inúmeras modalidades que administradas por instituição oficial - Caixa
Econômica Federal – na qual se oficializa e legaliza a exploração absurda e também
criminosa e que o povo ainda hoje não se dá conta. Mega-sena, Timemania, Quina,
Lotomania, Lotofácil, Duplasena, Lotogol, Instantânea, Loteca, Lotogol, Loteria
Federal e outras infinitas promotoras de ilusões que sugam a população e abarrotam
os cofres do Governo Federal, enquanto, em contrapartida, pagam minimamente aos
acertadores. Sobre os prêmios que lhes cabe ainda há incidência de impostos.
Enquanto não forem acertados os números sorteados, dá-se o
que convencionaram popularmente chamar de ACÚMULO. Até acertarem as dezenas
esse montante acumulado vai se ampliando e alcança cifras elevadíssimas, o que
estimula o inconsciente do apostador inadvertido que assim joga cada vez mais. São,
sem dúvida, esses mecanismos que promovem a maior concentração de riqueza deste
País. Eis que em um lance de sorte apenas um ou pouquíssimos sortudos acertam e
saem contemplados. Se já no segundo concurso de uma mesma modalidade de sorteio
fosse premiado aquele jogador que maior número de dezenas acertasse, o prêmio
seria menor, porém rateado entre maior numero de pessoas, não promovendo essa
absurda concentração, uma das promotoras da mais injusta distribuição de renda
em todo mundo que é a do Brasil.
Como se não bastasse eis que a ganância governamental acaba
de idealizar o BOLÃO OFICIAL, na falsa perspectiva de que é “mais fácil”
acertar. E, pasmem, fixaram uma tarifa pelo serviço. Mais grave ainda: essa
abusiva tarifa corresponde a 35% (TRINTA E CINCO POR CENTO) do valor da aposta
em qualquer das modalidades de jogo. Isto é um assalto, um crime de
lesa-sociedade e que mais uma vez este Governo que se diz do povo impinge à
sociedade.
Enquanto nos iludem com as relativas “baixas” de juros, que
muitas vezes não alcançam o tomador de empréstimos ou que por trás há verdadeiras
armadilhas, compensam a tão alardeada redução e consequente “prejuízos” aos
bancos com o absurdo aumento tarifário e criação de novas tarifas, agora até
para se jogar. Dois pecados governamentais: estimulo à jogatina enquanto
explora o incauto apostador.
José
HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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