Parece aquela repetitiva e enjoativa novela pastelão. A
trama e o roteiro assemelham-se e o final, pelo que se encaminha, pode ser
presumível.
Réus que quando acusados demonstram-se mais comedidos, com
ares de cândidos, modelos de virtudes, mas que guardam semelhanças com aqueles personagens
que hoje observamos nas TV - em especial as extravagantes vilãs, tão exagerada
e abusivamente usadas nas novelas. Este é o cenário: De um lado os acusados, do
outro os contestados acusadores – procuradores, promotores e até ministros – os
quais, aos olhos dos defensores, parecem os verdadeiros transgressores. Para compor
o espetáculo e na tentativa de desvalidar o processo acusatório estão eles -
aqueles que até têm pilheriado contra os acusadores quanto desdenham das
denúncias de crimes pelos quais são acusados os seus clientes - na tentativa de
demonstra-los verdadeiros arquétipos, exemplos de integridade a serem seguidos.
Se convencem... temos dúvidas, sérias dúvidas, mas é de comover, causa-nos asco.
Não bastasse, aliam-se a tudo isso alguns integrantes do
Supremo Tribunal Federal (STF) - nossa corte maior da Justiça - e contribuem
para o show não só pelos desentendimentos e discussões entre eles, como também
porque alguns sequer deveriam, neste julgamento, compor o quadro de julgadores,
por razões óbvias.
E o novelão prossegue. Serão condenados e assim
exemplificado que aos que transgredirem leis caber-lhes-á punição oportuna e
adequada, ou com eles serão condescendentes por supostas “falta” ou desqualificação
das provas - testemunhal e outras?
Que paire sobre as consciências dos eméritos julgadores não
só o que restar de comprovado, como também e equivalentemente a virtude que lhes
é própria de conceber a lei como um instrumento moralizador. Que aos faltantes,
irremediáveis, se lhes reservem as mais adequadas – duras – penas, posto que
cansamos de tanta tolerância que é a maior estimuladora dos abusos por parte daqueles
que criminosamente destratam a dignidade desta Nação e assim se locupletam
indefinidamente enquanto seguem impunidos.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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