O
Brasil foi às ruas e deu mais um grito de alerta. Todos testemunharam e muitos
participaram diretamente. Se com um milhão, dois milhões de participantes pouco
importa, o grito contundente foi dado, o espírito democrático se fez presente e
foi irradiado e aprovado por todo País; um brado que ecoou pelo mundo,
sobrepujou os que subestimaram e tentaram caracterizar a mobilização de
“golpismo”. A tônica foi: impeachment, fora PT e até fora Lula. Clamou pelo fim
da corrupção e punição para os envolvidos, sem indultos; reforma política
imprescindível, mas que tão postergada; fim das medidas que penalizam a classe
trabalhadora ao retirar direitos adquiridos; controle da inflação entre outras
justas reivindicações. Oxalá tenha alcançado os objetivos aos quais se propos. A
sociedade padecente, exaurida e inteirada da nossa precária situação
político-econômica-social manifestou-se ordeira e pacificamente, sem distinção
de classe socioeconômica (importantíssimo!) e no pleno exercício de sua
cidadania ainda assegurada pela Constituição. Uma festa da Democracia sim!
Antes
mesmo do término das manifestações o governo, aturdido e atabalhoado, via ministro
da Justiça Eduardo Cardozo, juntamente com o ministro Miguel Rosetto da Secretária-geral
da Presidência, em cadeia nacional tentaram amenizar e transmitir o
posicionamento governamental (A Dilma não ousou!). Segundo Cardozo: “Não houve
golpismo” – verdade! “O governo estava sempre aberto ao diálogo” – inverdade! “Em
breve o governo estará lançando um conjunto de medidas contra a corrupção” –
meias verdades, já que anunciadas há tanto tempo e apenas agora o governo se decide
por implementá-las... Esperemos! Contraditando, Rosetto afirmou que a sugestão
de impeachment era “golpismo da parte dos perdedores, dos que não votaram na
Dilma...” Além de hermético foi infeliz nas suas intervenções esquecendo-se da pluralidade
de temas clamados pelos manifestantes. Como de praxe, até nisso eles foram
discordantes. Aliás, o governo está realmente perdido e para completar é alvo
do “fogo amigo” basta se lembrar das manifestações de alguns ministros e
figuras impolutas do PT que por declarações ou reconhecimento dos erros
cometidos só causaram embaraço à já aturdida, conturbada e incompetente administração
Dilma e, atentemos, 2018 vem aí...
Não
nos iludamos! Vivemos um momento político dos mais críticos da nossa história e
sem perspectiva de mudanças imediatas ou em curto prazo. O governo está
isolado, sem apoio, não dirige é dirigido e não tem um projeto estratégico
definido e assim é conduzido pelas circunstâncias e refém de interesses de seus
manipuladores, interna e externamente. E não será apenas essa oportuna
manifestação que irá mudar o estrago cometido ao longo desses 13 anos,
infelizmente! Falta atitude gerencial. Comecemos pela reforma política com o
fim do patrocínio eleitoral por empresas e punição de corrompidos e corruptoras,
sem indultos. Reformas administrativa, ministerial, tributária, educacional e agrária.
Redução de ônus tributários para trabalhadores e taxação de grandes fortunas. Nada
consta efetivamente da programação – agenda positiva – governamental. Fiquemos
na expectativa e não nos acomodemos!
José
HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
Vejam também nos endereços: www.tvrussas.com.br, no jornal Folha do Vale (Limoeiro do Norte) e Jornal Gazeta
de Notícias (Cariri).
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