Copa Mundial de Futebol tornada a “maior festa brasileira” –
a “Copa das Copas”, como oportunisticamente alguns a intitulam. Só o carnaval a
ela se assemelha tamanha a euforia de grande parte dos brasileiros. Outros, a
maioria talvez, não lhe dão a importância que nos é vendida pela mídia e alguns
até acham-na inoportuna diante de prioridades mais relevantes que são
preteridas pelos nossos governantes. O seu custo situa-se em cerca de 30
bilhões de reais e já asseguram que arcaremos (contribuintes) com 70% do total,
mesmo contraditando as afirmações governamentais, em especial do Ministro dos
Esportes – Aldo Rebelo.
Se mais observadores nos colocarmos haveremos de perceber
que a alegria dos menos atentos se sobrepõe a qualquer inconsequência que se
cometa para promover o evento. Sabemos viver em um país onde uma série de
calamidades sociais – caos na Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura, com
uma Economia estagnada e a inflação já a despontar etc., tornam quase
insuportável uma convivência social desejável ou suportável. Falta-nos muito
para nos aproximarmos de um país dito de primeiro mundo ou termos uma vida compatível
à 7ª economia mundial. Mas, parece que diante do evento de uma Copa e que hoje
politiqueiramente (época de eleições) a denominam “A Copa das Copas”, tudo é
relevado e, fantasiados de “canarinhos”, “reis do futebol” estaremos dispostos
a torcer e demonstrar o nosso “orgulho” como pentacampeões mundiais de futebol
que nos tornamos. Uma grande honraria popular que alcançamos e que conforta
enquanto aliena a muitos.
Mazelas à parte, desperdícios, corrupção(e muita) também,
obras megalomaníacas são edificadas ou reformadas à custo exorbitantes e não
compatíveis com a real situação econômica do Brasil. Tudo feito às pressas, com
sérios riscos de imperfeições, condenadas até por membros da nossa própria
comissão organizadora, mas que atendem às exigências dos promotores – FIFA e
empresas particulares - que determinam como, quando e onde as obras devem estar
disponíveis, além de outras imposições. Aliás, a ojerizada FIFA é quem aufere o
maior lucro com o evento. Mais absurdo é que por conivência de quem homologou a
“Lei da Copa” até a exploração do nosso trabalhador é aceita. Uma imensidão de
voluntários (trabalhadores não remunerados) estará a serviço da FIFA e outras
empresas patrocinadoras do evento que se locupletarão graças à ingenuidade
desses entusiastas que trabalharão, graciosamente, para eles; alguns sem sequer
ter direito a adentrar as arenas, apenas trabalham “patrioticamente”. O que se
estranha é que todas as nossas autoridades e outras entidades ditas protetoras
dos trabalhadores fecham os olhos a tudo e a mais uma exploração do já oprimido
trabalhador brasileiro. Pela Copa tudo pode?
E a tudo assistimos, conscientes, contestando até (com
protestos, mas, por favor, sem badernas), enquanto internamente e
incongruentemente já estamos replenos de adrenalina somada a ilusória, efêmera
alegria e orgulho na expectativa de mais um título de campeões mundiais – o
HEXA. Gooooooool! Sobreviva Brasiiiiiillll...!!!
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br
Vejam
também nos endereços: no site www.tvrussas.com.br, jornal Folha do Vale
(Limoeiro do Norte) e Jornal Gazeta de Notícias (Crato/Cariri/Ceará).
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