“O Petróleo é nosso!” Essa frase proferida pelo então
presidente Getúlio Vargas quando da descoberta de petróleo na Bahia dizem é de
autoria de Otacílio Rainho, então professor e diretor do Colégio Vasco da Gama
no Rio de Janeiro. Eis que o ex-presidente Lula, em 2006, sem constrangimento e
em um oportunismo politiqueiro-demagógico que lhe é peculiar, repete o gesto de
Getúlio e molha as mãos no petróleo jorrado na plataforma P-50 na bacia de
Campos (RJ), comemorando a suposta “autossuficiência” brasileira na produção de
petróleo, via Petrobrás. O Brasil seria independente... Inverdade, mais uma!
Sem entrar em detalhes técnicos específicos, e apenas para
que o público alcance a realidade, a verdade é que a Petrobrás continua
importando petróleo (hoje cerca de 20%) e a tendência, em função do crescimento
da demanda, é que seja cada vez mais e a cada ano enquanto nós - explorados
consumidores - pagamos os combustíveis mais caros do mundo. Não bastasse,
promovem um “leilão” por demais questionado do campo de Libra para abrir a
concessão de exploração ao setor privado, por 30 anos, a quem pagasse mais. E
disso se valem politicamente – agora a presidente Dilma Rousseff que em cadeia
televisiva alardeia o fato e foi enfática em afirmar que não se trata de uma
privatização... (Se a nossa estatal tem apenas 40% de participação enquanto os
60% está em mãos de um consórcio de empresas particulares que venceram (pagaram
o mínimo) o leilão de concessão, isto é ou não privatizar?). E, no mesmo estilo
Lula, comenta sobre cifras fabulosas que se destinarão à Educação etc. Promessas,
promessas e só promessas nunca ou minimamente concretizadas.
A realidade é que a Petrobrás está em situação difícil, acumula
perdas (o lucro do último terceiro trimestre caiu 45%), cresce apenas cerca de
2% ao ano, suas ações sofrem quedas significativas e ainda assim assume o
compromisso de pagar cerca de R$. 6 bilhões de bônus por conta do acordo. Nota:
(Lembram-se do empenho do governo para que os trabalhadores usassem o FGTS para
compra de ações da Petrobrás? Será que mais uma vez pagaremos a conta?) Ademais,
eis que a presidente da estatal vem de público desmentir que esse valor não
será pago com o aumento da gasolina que já se comenta ficará em 7 a 10%, até
dezembro/2013. Note-se que só ao se cogitar sobre mais um aumento dos
combustíveis, os preços das mercadorias já disparam e o consumidor, em especial
os aposentados e os que recebem salário mínimo que ficará reajustado cerca de
apenas 6% em janeiro/2014, já percebem o efeito posto que arcarão com os
prejuízos. Assistimos a mais um dos enigmas desse governo de promissões
irrealizadas.
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO