Enquanto parte da sociedade faz crítica à redução de idade
para criminalizar jovens delinquentes, sob as mais variadas e por vezes desconexas
argumentações, por outro lado negligencia sobre crimes maiores - talvez a
origem de toda a degradação do ser humano em formação - que é o desleixo crônico,
criminoso e devastador das nossas autoridades com relação a todos os menores,
sem distinção. (Autoridade pressupõe direito, poder, a prerrogativa de dar
ordens, de tomar decisões e no estrito benefício do POVO que a constitui e
mantém.) É..., nós os mantemos e eles são apenas servidores/funcionários
PÚBLICOS que deveriam estar a serviço da sociedade, mas que nem sempre estão. O
que mais vemos, raríssimas exceções, é justamente uma corja de relapsos
qualificados que alçados ao poder pelo povo e a dilapidar o patrimônio público
via corrupção (quaisquer dos tipos) e que ainda seguem impunidos.
Vejamos o drama da maioria das ESCOLAS PÚBLICAS do Brasil –
merenda escolar, transporte, instalações etc. A merenda escolar não pode ser um
banquete, mas deve, imperiosamente, conter o essencial ao desenvolvimento dos
alimentados, muitos dos quais que frequentam o colégio apenas para terem essa
refeição, talvez a única do dia. Já vimos de tudo. Apenas galinha, no outro dia
galinha e a semana inteira galinha e de granja, eivada de hormônios, mas que a
vigilância sanitária pública não apura, fecha os olhos. Afora outros tipos de
alimentos servidos que não atendem condições mínimas de higiene, além de inadequação
de armazenagem etc., e que estão presentes e são servidos na merenda escolar. Ademais,
pressupõe-se licitações, e das mais rigorosas, o que nem sempre se observa e em
alguns casos prevalecem apenas critérios politiqueiros, que só locupletam os
licitados. Isto sem considerar as escolas que fecham por falta de merenda;
talvez a melhor opção pelo estado caótico em que se encontram.
No item transportes, outra calamidade. Desde a condução de
alunos e professores em caminhões adaptados – o que a lei proíbe, mas que
negligentemente fecha os olhos – ainda testemunhamos a precariedade funcional
dos ônibus escolares, muitos dos quais faltam de freio a motorista habilitado e
preparado. Isto quando não se constata a superlotação criminosa desses veículos
expondo a risco de morte os que deles forçosamente utilizam.
Das instalações de escolas quase todos os dias a imprensa
mostra os absurdos. Água poluída, sem ventilação adequada e estrutura física fragilizada.
Faltam até cadeiras para estudantes e professores. Professores que hoje também
são vítimas de falta assistência, de perseguições políticas, da falta de união
da classe e de violência que grassa o País.
Esses são os maiores e verdadeiros crimes contra as crianças
e adolescentes aos quais fechamos os olhos enquanto formamos marginais de toda
a espécie. Onde estão as autoridades – Justiça, Promotoria, GGU, além de outros
órgãos - que não se demonstram rigorosamente vigilantes no combate a esse
atentado contra a sociedade, em especial contra crianças e adolescentes? Onde
se encontram? Por que não tornam público os nomes dos responsáveis e por vezes corruptos
que desviam os recursos que têm fins específicos e não se lhes impingem o
castigo merecido?
Palhaços nos fazemos enquanto calamos e ainda votamos nessa cambada
de relapsos, muitos dos quais atingem popularidades explicáveis somente por
decorrência do nosso alheamento no exercício da nossa cidadania. Méritos reais,
é que não!
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO