HORRORES DO COTIDIANO

Em curto intervalo assistimos a horrores que já se tornam fatos banais, corriqueiros, aos quais nos “acostumamos”. Muitos sequer nos causam mais desconforto, indignação. Amy Winehouse, jovem de 27 anos, viciada em drogas que de repente tida como gênio musical (tem gosto para tudo), morre possivelmente de overdose e é endeusada mundo afora. Na Noruega, um fundamentalista católico que, em nome de Deus e suas desvirtuadas convicções próprias, Anders Behring Breivik, de 32 anos, ar de bom moço, comete atentado a bomba em um edifício governamental com mortes e vítimas e a seguir perpetua “cruéis, mas necessários” (segundo ele) assassinatos de mais de 90 jovens, friamente. Em Russas, pai que diziam viciado em drogas e por estar separado da mulher joga filho de pouco mais de um ano de idade de ponte no Jaguaribe e tenta suicídio. Há poucos dias um pai que por estar abraçando o seu próprio filho em um gesto de carinho é espancado e tem a orelha arrancada por um grupo de jovens intolerantes – homofobia exacerbada/crime.
As emissoras de TV mostram, despudoradamente, assassinatos, assaltos, lixamentos, sexo vulgar, destrato de filhos para com os pais que se comunicam aos gritos, tramas assassinas e diabólicas, “realitys show” do pior nível, a qualquer hora e como lhes convém, em nome de uma desvirtuada liberdade de expressão. As novelas antes reservadas a horários especiais hoje estão disponibilizadas o dia todo, sem reservas.
Gastam-se bilhões em guerras injustificadas e outros eventos não prioritários enquanto outros bilhões de seres humanos padecem e morrem de fome e sede pelo mundo afora, inclusive aqui no Brasil.
Aonde vamos parar? Não sejamos hipócritas e nem puritanos, mas há limites! Todos somos passiveis de erros e alguns deslizes, toleráveis e inerentes ao ser humano, mas a inversão de valores para o “cada vez pior” que dia-a-dia constatamos, inclusive com idolatria ao que não presta é algo que preocupa. São fatos do nosso cotidiano que nos induzem a pensar que só resta um futuro tenebroso para a humanidade. Tudo que a tecnologia e a ciência tem nos disponibilizado parece conspirar contra nós. Evoluímos ou regredimos como seres supostamente racionais?
Há tempo e razões para reverter? Há sim, creio, tenho esperanças!

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br