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sexta-feira, 29 de maio de 2015

AJUSTE FISCAL & REFORMA POLÍTICA

Por vezes nos deparamos com opiniões de leitores que registradas em espaços reservados em matérias de jornais e revistas que nos causam sobressalto, mas, se em uma análise mais isenta nos alertam, visto que estão bem arrazoadas quando depreciam a classe política. A indignação dos que não abriram mão de sua dignidade e patriotismo justifica-se, é ajustada à sucessão de baixarias praticadas pelos nossos políticos. O Lula, ex-presidente, afirmou que tínhamos 300 picaretas no Congresso; o Cid Gomes, ex-governador do Ceará, citou 400 achacadores que o integram e, por último, Ciro Gomes, ex-governador e ex-ministro afirmou, fechando a conta, termos um “Congresso de ladrões”. Alguns atingidos estrebucharam, mas... calaram, por quê?
Na atual e fracassada (por poucas, insignificantes ou piores alterações) Reforma Política e votações de MPs do Ajuste Fiscal assistimos de tudo - de “Jabotis/Contrabandos/armadilhas” a outras manobras espúrias e de interesse não do País e da população, mas dos partidos e políticos espertalhões, exclusivamente. Votações que não precedidas de discursões amplas e imprescindíveis dos temas pautados (muitos, inseridos propositalmente de última hora e em claro revanchismo) e, mais grave e escandaloso, sujeitando-se ao costumeiro e nefasto jugo quase ditatorial do Poder Executivo que é quem, real e vergonhosamente, manda e desmanda no Congresso enquanto pratica a criminosa concessão de cargos e liberação de emendas em troca de apoio a qualquer custo – “Toma lá da Cá”. (No que se diferencia do Mensalão?)
A grande mentira do nosso país é: “Os Poderes da República são Independentes” na forma que dispõe a Constituição no seu artigo 6º - “São Poderes da União, independentes e harmônicos, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” Independentes como se de Medidas Provisórias (MPs), que no interesse exclusivo do Executivo, é regido o nosso combalido Congresso Nacional, em especial o Senado que apenas aquiesce o que já vem definido do Executivo e da Câmara? Alguns conscientes senadores chegam a reconhecer o elevado custo da manutenção do Senado e sua desnecessidade diante do que se tem observado e que se fechado teria melhor serventia ao País. Concordamos! Já o Judiciário, esse é tão “independente” que até a escolha dos ministros da sua mais alta Corte - STF é, constitucionalmente, de decisão do Executivo e que tem a anuência (nunca negada, destaque-se) do Senado. Por que não a escolha fica restrita no âmbito do Judiciário e mediante eleições entre seus membros? Que independência é essa? Mesmo reconhecendo a lisura dos seus membros, mas em um raciocínio lógico, com que força o Judiciário pode cobrar de outro poder se por ele foi nomeado ou aquiescido?
E, como se não bastasse, em uma hora de tamanha relevância – discursão da imprescindível Reforma Política e Ajuste Fiscal que deveriam ser no interesse do País e não dos políticos - entre tantas esdrúxulas aberrações, de tudo, de criação de shopping como anexo da Câmara (R$ 1 bilhão) até deputados em plenário assistindo filme pornô em plena sessão testemunhamos. E nós é que os sustentamos pagando régios salários.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

Leiam também nos endereços: 
www.tvrussas.com.br, no Jornal Folha do Vale (Limoeiro do Norte-CE) e
Jornal Gazeta de Notícias (Crato-CE).

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