Por vezes nos deparamos com opiniões
de leitores que registradas em espaços reservados em matérias de jornais e
revistas que nos causam sobressalto, mas, se em uma análise mais isenta nos alertam,
visto que estão bem arrazoadas quando depreciam a classe política. A indignação
dos que não abriram mão de sua dignidade e patriotismo justifica-se, é ajustada
à sucessão de baixarias praticadas pelos nossos políticos. O Lula,
ex-presidente, afirmou que tínhamos 300 picaretas no Congresso; o Cid Gomes,
ex-governador do Ceará, citou 400 achacadores que o integram e, por último,
Ciro Gomes, ex-governador e ex-ministro afirmou, fechando a conta, termos um “Congresso
de ladrões”. Alguns atingidos estrebucharam, mas... calaram, por quê?
Na atual e fracassada (por
poucas, insignificantes ou piores alterações) Reforma Política e votações de MPs
do Ajuste Fiscal assistimos de tudo - de “Jabotis/Contrabandos/armadilhas” a
outras manobras espúrias e de interesse não do País e da população, mas dos
partidos e políticos espertalhões, exclusivamente. Votações que não precedidas
de discursões amplas e imprescindíveis dos temas pautados (muitos, inseridos propositalmente
de última hora e em claro revanchismo) e, mais grave e escandaloso, sujeitando-se
ao costumeiro e nefasto jugo quase ditatorial do Poder Executivo que é quem,
real e vergonhosamente, manda e desmanda no Congresso enquanto pratica a
criminosa concessão de cargos e liberação de emendas em troca de apoio a
qualquer custo – “Toma lá da Cá”. (No que se diferencia do Mensalão?)
A grande mentira do nosso
país é: “Os Poderes da República são Independentes” na forma que dispõe a Constituição
no seu artigo 6º - “São Poderes da
União, independentes e harmônicos, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” Independentes como se de Medidas Provisórias (MPs), que
no interesse exclusivo do Executivo, é regido o nosso combalido Congresso Nacional,
em especial o Senado que apenas aquiesce o que já vem definido do Executivo e da
Câmara? Alguns conscientes senadores chegam a reconhecer o elevado custo da
manutenção do Senado e sua desnecessidade diante do que se tem observado e que se
fechado teria melhor serventia ao País. Concordamos! Já o Judiciário, esse é
tão “independente” que até a escolha dos ministros da sua mais alta Corte - STF
é, constitucionalmente, de decisão do Executivo e que tem a anuência (nunca
negada, destaque-se) do Senado. Por que não a escolha fica restrita no âmbito do
Judiciário e mediante eleições entre seus membros? Que independência é essa? Mesmo
reconhecendo a lisura dos seus membros, mas em um raciocínio lógico, com que
força o Judiciário pode cobrar de outro poder se por ele foi nomeado ou
aquiescido?
E, como se não bastasse, em
uma hora de tamanha relevância – discursão da imprescindível Reforma Política e
Ajuste Fiscal que deveriam ser no interesse do País e não dos políticos - entre
tantas esdrúxulas aberrações, de tudo, de criação de shopping como anexo da Câmara
(R$ 1 bilhão) até deputados em plenário assistindo filme pornô em plena sessão
testemunhamos. E nós é que os sustentamos pagando régios salários.
José
HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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