Sem trocadilhos, sem ser pessimista, sem conhecimento
técnico (assumimos!), e tentando ser racional e realista ficamos a indagar como
a potência de um ser aparentemente de estrutura tão frágil quanto qualquer
mosquito sem relevância, mas que se demonstra detentor de uma força descomunal e
que vem a provar que nós humanos somos seres fragilizados e desprotegidos (de
todas as formas e até à falta de providência divina (para os crédulos))
enquanto nos vangloriamos afirmando-nos de “alto padrão de conhecimento técnico
científico” e outras bravatas. O mosquito ousa e consegue desafiar agentes de
saúde, cientistas, exércitos, até presidentes de vários países (alguns, os ingênuos,
que até já reconhecem que “estamos a perder a guerra...”) e ataca em todos os
continentes indistintamente. Hoje já são 23 países, até os ditos de primeiro
mundo, atingidos e a temer seus ataques mortíferos. Ao inseto atribuem lesões
cerebrais gravíssimas decorrentes da Microcefalia, além de óbitos que em
considerável e crescente número de vítimas.
Alguns aspectos nos parecem incongruentes e sem explicação. Enquanto
grandes potências e países em desenvolvimento gastam bilhões de dólares em
explorações do espaço, museus do futuro, arenas e cidades olímpicas, que pouco
de significância real que tragam boas e efetivas consequências para a
humanidade que padece à míngua na nossa Terra tão descuidada, ainda não temos sequer
estrutura técnico-científica capaz de deter essa pandemia. O também estranho e
ainda sem explicação é que não se divulga (ou encobrem propositalmente) um só
caso de Microcefalia em filhos de pessoas abastadas. Por quê? Será que mais uma
vez os de menor poder aquisitivo é que têm que arcar com as consequências? Contraditando,
talvez afirmem que até nos EUA e países europeus também há registros de casos e
em números consideráveis. Mas é que lá também existem pessoas sem estrutura socioeconômica
como em todos os países, não é “privilégio” nosso (países subdesenvolvidos).
Sem ser alarmista percebam que há certo contrassenso ou
displicência ao se afirmar que o terrível e temido Aedes Aegypti é responsável
apenas pela transmissão dos vírus da Dengue, da Zika e da Chikungunya através
de sua picada. Quem nos afiança que também não transmite Hepatite, AIDS e
outras doenças perigosas que instaladas através de vírus e/ou pelo contato com
o sangue de suas vítimas? Pica um que contaminado e logo em seguida outra
vítima e assim propaga o vírus. Com a palavra os infectologistas abalizados.
O fato é que se observa perigosa negligência por parte também
da população que insiste em manter vasilhames desprotegidos que propiciam a
reprodução do mosquito e, principalmente, pelo descuro das nossas autoridades,
em todos os escalões, já que desperdiçam milhões enquanto não investem,
prioritariamente e com a urgência indispensável requerida, na busca de mecanismos
- vacinas e outros - que tenham eficácia emergencial e não sejam meros
paliativos em mais um engodo à população.
José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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