Há
poucos dias assistimos, perplexos e indignados, a divulgação da pesquisa do
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Ainda não entendemos as razões
da colocação da pergunta específica “Se as mulheres são culpadas pelos
estupros por andarem vestidas mais livremente...”, e que causou tanta
repulsa, não só pelas respostas e mais ainda pela tentativa de “remendar” os
dados já divulgados, assumindo o grave erro de sua imprudente exposição
pública, mesmo que os dados fossem da mais absoluta confiabilidade.
Imperdoável!
Em
melhor análise chega-se a atribuir culpa dos atos criminosos às roupas e
impudor das vítimas como se o hediondo crime não fosse o estupro. Se assim
fosse as mulheres que usam burcas (vestimentas muçulmanas de alguns países
árabes e que cobrem todo o corpo da mulher) não seriam também violentadas. A
diferença é que por lá os violentadores pagam caro, até condenados à pena de
morte. Ademais, esquecem alguns que o crime ESTUPRO é, com certeza, a maior,
mais aviltante e apavorante agressão que se pratica contra um ser humano, sem
distinção de sexo. É a extrema violência praticada por insanos, bestas-feras
que, por negligência do Legislativo (grande parte preocupada apenas com
eleições e seus interesses particulares), permite-lhes que continuem impunidos.
Se presos, em pouco tempo lhes são concedidos benefícios e eles retomam as suas
atividades animalescas e de extrema agressividade com suas novas vítimas uma,
após outra, quando não ceifam suas vidas. Lembra-nos até um político cafajeste,
paulista, que vociferou: “Estuprem, mas não matem...”
Tanto
os que praticam quanto os que concordam na pesquisa (mesmo que apenas em 1% que
a estatística registre) denotam o baixíssimo ou nenhum nível de sociabilidade
de que poderiam ser detentores. São seres irracionais! Que se acerquem
cavalheiresca e civilizadamente (o que hoje nem sempre acontece já que grande
parte dos “machões” são verdadeiros trogloditas na abordagem às mulheres), e as
conquistem atingindo o objetivo, ainda que socialmente questionado em certas
circunstâncias (quando se trata de menores). Mas nunca usando a força física e
psicológica violenta, como instrumento de convencimento. Os traumas causados em
um estupro são abomináveis e perduram por toda a vida. Já não bastam tantas
outras agressões às mulheres?
Que
não fiquemos só no lamentar de todos os dias. É imprescindível agir, reagir e
com severidade. Que os movimentos, femininos, ou não, façam valer os
privilégios humanos a que todos têm direito e às autoridades compete o zelar.
Cobremos enfaticamente, posto que chega de condescendências para com criminosos
da espécie!!!
José HILDEBERTO
Jamacaru de AQUINO
(Vejam
também nos endereços: www.tvrussas.com.br e no jornal Folha do Vale.)
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